É esta a principal conclusão de um estudo realizado pela QSP – Consultoria de Marketing e pela organização do evento QSP Summit. Gestores e líderes de empresas nacionais mostram-se preocupados com os temas da sustentabilidade ambiental e da responsabilidade social, mas valorizam áreas da cibersegurança e da recolha e tratamento de dados.
O relatório “Building Sustainable Growth” permite extrair outras conclusões interessantes. Em Portugal apenas 18,6% das empresas têm um programa ou plano de sustentabilidade. A percentagem é de 77,6% para as grandes empresas, 34,5% para as pequenas empresas e 17,9% para as micro, sendo que os dois últimos tipos representam 99% de todo o tecido empresarial português.
Empresas com planos de sustentabilidade estão focadas, sobretudo, na questão ambiental (91,8%) e na transparência e ética (67,1%). Um facto preocupante é que outros componentes que garantem a sustentabilidade do negócio surgem somente em segundo plano, como por exemplo, a educação e formação dos trabalhadores (44,7%) ou a sustentabilidade financeira (56,5%).
No que toca às prioridades de investimento, assistimos a uma preocupação acrescida com assuntos ligados à tecnologia. 80,4% das empresas estão a investir em cibersegurança e 72,4% na recolha e análise de dados. A responsabilidade social é a terceira área de maior importância, colocada à frente da ambiental. Isto torna-se ainda mais evidente tendo em conta que, apesar dos planos de sustentabilidade priorizarem o ambiente, na prática a preocupação real em investir em tópicos como a redução do consumo de energias não-renováveis (59,5%) ou o reaproveitamento e reutilização da matéria (62,6%) fica aquém das expectativas.
O estudo também indica que o termo “sustentabilidade” não reúne consenso para o mundo empresarial português e é muitas vezes limitado à índole ambiental. Para as empresas de menor dimensão há ainda a tendência de investir em ideias dispersas e não como parte de um plano ou estratégia integrada. Já as grandes empresas preferem canalizar o investimento para tecnologia, e, mesmo nos casos em que existem programas de sustentabilidade em vigor, eles não estão devidamente estruturados e alinhados com esses objetivos.
“Building Sustainable Growth” é um estudo produzido pela QSP – Consultoria de Marketing com base numa amostra de 652 inquiridos – líderes e gestores de empresas sediadas em Portugal. Foi divulgado no âmbito do QSP Summit, evento que decorreu entre 28 e 30 de junho, em Matosinhos, no Porto, e que explorou a sustentabilidade nas suas diversas vertentes: social, económica, ambiental, tecnológica e cultural. O QSP Summit contou com a presença de cerca de 3.000 participantes e 140 marcas, num espaço superior a 24.000 metros quadrados.
Francisco Félix da Silva, 24 anos, é licenciado em Relações Públicas e Comunicação Empresarial pela ESCS. Decidiu enveredar pelo caminho dos números, e frequenta a licenciatura em Contabilidade e Auditoria, no ISCAC. É também membro do Dpt. Jurídico-Financeiro da IJS. Tornou-se Embaixador MeuCapital com o objetivo de conjugar a sua formação inicial com a paixão pela área económica. Gostaria de, no futuro, trabalhar no ramo da auditoria/consultoria.
