Reino Unido inicia maior teste de semana de trabalho reduzida

O Reino Unido iniciou esta segunda-feira, 6 de junho, a maior experiência do mundo do modelo de 4 dias de trabalho semanais.

Durante seis meses, mais de 3300 trabalhadores de 70 empresas do Reino Unido estarão integrados no teste coordenado pelas universidades de Oxford e Cambridge, por especialistas do Boston College e em parceria com o think tank Autonomy.

Com o objetivo de confirmar os efeitos da semana de trabalho reduzida na produtividade, os trabalhadores envolvidos vão receber 100% do seu salário por apenas 80% das horas trabalhadas. As 40 horas semanais de trabalho instituídas são assim reduzidas para 32.

No projeto estão inscritas empresas de diversos setores, desde restauração, empresas tecnológicas a instituições de caridade.

O modelo de 4 dias de trabalho propõe uma maior flexibilidade e equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. O impacto na produtividade é ainda amplamente discutido e não consensual.

Entre 2015 e 2019, foi realizada a primeira grande experiência pelo laboratório de ideias Autonomy, no Reino Unido, e a Association for Sustainability and Democracy, na Islândia. As conclusões do estudo apontam para uma melhoria dos bem-estar dos trabalhadores e na maioria dos casos a produtividade foi mantida ou melhorada. Após este teste, 86% da força de trabalho islandesa beneficia do novo modelo de trabalho graças a negociações de sindicatos e associações.

Também em Espanha e na Alemanha já se realizaram testes e o governo japonês incentiva as empresas a adotarem a semana de trabalho reduzida. Já na Suécia, os resultados dos testes realizados em 2015 foram ambivalentes e geraram discórdia entre forças políticas e empresariais.

A Bélgica implementou oficialmente o modelo em fevereiro deste ano. Foi dada aos trabalhadores a oportunidade de escolher entre uma semana de 4 ou 5 dias de trabalho, mantendo o total de horas semanais.

Na frente desta iniciativa encontra-se a 4 day week global. A organização sem fins lucrativos tem estado envolvida nos testes realizados em diversos países.

Joe O’Connor, chefe executivo da 4 Day Week Global, afirmou, em declarações ao The Guardian:  “à medida que emergimos da pandemia, cada vez mais empresas reconhecem que a nova fronteira para a concorrência é a qualidade de vida, e que o trabalho com horário reduzido e focado na produção é o veículo para lhes dar uma vantagem competitiva”.

Em Portugal também são discutidos estes temas, através da Agenda do Trabalho Digno, na qual uma das 70 medidas propostas é a redução do horário laboral

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