4 dias de trabalho por semana. É possível?

A pandemia da covid-19 revolucionou muitas ideias que eram dadas como adquiridas para a sociedade. Se antigamente fazia sentido a deslocação para reuniões de equipa, agora, à distância de um clique, é possível estar em contacto com todos os colegas de trabalho, sem perdas de tempo em viagens e custos monetários associados. Está-se inevitavelmente perante um novo modelo de trabalho.

O que a covid-19 também mudou foi a importância dada ao tempo livre, pelo que foi levada a debate a possibilidade de uma semana de trabalho com 4 dias. Trabalhar de segunda a sexta e descansar sábado e domingo parece ser um plano quase obsoleto. Em alguns países, inclusive da Europa, este modelo já está a ser testado, como é o caso da Alemanha, de Espanha, da Islândia e, mais recentemente, do Japão.

A questão que se coloca essencialmente para Portugal é quais as consequências desta diminuição de horas trabalhadas na produtividade do país. Será de esperar que menos horas de produção levem a uma menor produtividade. No entanto, esta ideia não é linear.

Na realidade, os portugueses são os que mais horas trabalham e os que menos produtivos são. Desta forma, reajustar o modelo de trabalho de forma a conciliar a vida profissional com a vida pessoal seria bem visto aos olhos da maioria da população.

Além disso, a legislação portuguesa em nada prejudica esta ideia. Apenas está definido que a carga horária de trabalho semanal é de um máximo de 40 horas. Ou seja, a lei aplica um máximo de horas, mas não um mínimo.

De acrescentar ainda que as empresas podem aumentar as horas trabalhadas diariamente. Por exemplo, ao invés de se trabalhar 8 horas diárias, passar-se-ia a trabalhar mais horas. No final de contas, grande parte da população trabalha bem mais de 8 horas por dia, pelo que não seria uma mudança muito impactante.

O objetivo é as empresas reorganizarem a sua estrutura de trabalho, de forma a que os portugueses consigam descansar 3 dias por semana.

Apesar desta ideia de trabalho estar presente no programa eleitoral do partido socialista, as empresas têm liberdade total para estudar este modelo de trabalho e, caso faça sentido, virem a implementá-lo.

Autora: Márcia Soares

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