80% das empresas não sobrevive aos primeiros 5 anos.
96% não sobrevive aos primeiros 10 anos.
Apenas 4% sobrevivem aos primeiros 10 anos.
Mas porque não sobrevivem afinal as empresas?
De acordo com a minha opinião, as empresas maioritariamente não sobrevivem,
porque há um enviesamento de perceção do que é, e, do que deve ser a atividade
empresarial e do empresário/empreendedor.
E o que significa isto?
Significa que eu até posso ser um bom técnico, perceber efetivamente da atividade
técnica do negócio, o que não significa que eu seja um bom gestor desse mesmo
negócio.
Gerir o negócio e dominar a atividade técnica são coisas diametralmente opostas.
Exemplos: Eu até posso ser um bom engenheiro civil, um bom cozinheiro, um bom
mecânico, um bom piloto de aviões, o que não significa dizer, que por eu ser muito
bom e dominar a atividade técnica do negócio do qual faço parte, que sou um bom
gestor desse mesmo negócio, para o qual decidi constituir e fazer nascer a minha
empresa.
Ser um bom engenheiro, um bom cozinheiro, um bom mecânico, um bom piloto de
aviões, não é o mesmo do que gerir o negócio destas diversas atividades.
Este é – em minha opinião, o principal fator que leva a maior parte das empresas a não
sobreviver e encerrar “as suas portas” – vulgo, falir, conforme os números que acima
referi.
Para gerirmos algo, devemos desenvolver um conjunto de competências que se
estudam, que se aprendem, que se testam, e que, sobretudo, se vão afinando, no
decurso da vida e para a qual, a experiência de cada um de nós em muito contribui de
forma decisiva.
A principal razão da criação de uma empresa e/ou de um negócio deve ser o lucro!
E porque o lucro e não outra razão qualquer? Porque o lucro funciona para a empresa
como o oxigénio funciona para o Ser Humano.
O oxigénio é algo que nós damos por um dado adquirido, que inconscientemente flui
no sistema sem nele pensarmos cada vez que necessitamos de respirar.
E quando é que efetivamente pensamos nele? Plim…só pensamos nele e só lhe damos
a importância devida quando nos falta. Por analogia, o mesmo acontece com o lucro
nas empresas, nos negócios.
Só lhe conferimos importância maior, quando ele falta e, quando falta, toda a
operação, todo o negócio está colocado em causa e podem existir “paragens
respiratórias que ditam o fim da sua vida”.
O que mantem uma empresa viva, de boa saúde e com vigor necessário para se
manter presente e executar a sua visão futura, é o lucro.
Apesar do lucro ser uma figura teórica, contabilística, e, ao fim e ao cabo, uma figura
documental, o lucro é o pontapé de partida para o desafio maior da jornada do
empresário/empreendedor, que é:
Primeiramente gerar lucro e, depois, transformar este lucro em fluxo de caixa positivo.
Enquanto o lucro é calculado através da diferença entre as faturas que emito em
função das minhas vendas/prestação de serviços e, os custos que documentalmente
me são imputados pelas minhas compras, o fluxo de caixa calcula-se através da
diferença entre o dinheiro que entra e sai da minha empresa.
Ainda no que concerne ao enviesamento existente do que é a atividade empresarial,
aqui figura também um outro pecado capital no mercado empresarial. Refiro-me
especificamente há não perceção de perceber a diferença entre o fluxo de caixa –
dinheiro, gerado pela empresa e o dinheiro que deverá fazer parte integrante da
minha vida pessoal.
Apesar do fluxo de caixa gerado pela minha empresa, que em bom rigor, é meu –
porque sou o “dono” da empresa, ele deve ficar disponível para ser aplicado na
empresa no sentido de garantir oxigênio futuro na alavanca do sucesso: vendas, lucro
e fluxo de caixa.
Pensamento comum cometido nas empresas que não sobrevivem:
“Como o fluxo de caixa que a empresa gera é meu, vou descapitalizar a empresa,
autoremunerando-me para fazer face ao meu estilo de vida, adquirir um bom
carro/casa, disponibilizar elevados montantes em férias, e por ai adiante..”
A partir do momento que somos empresários/empreendedores, nós temos que deixar
de pensar como trabalhadores por conta de outrem. Nós temos que entender que a
dinâmica dos fluxos financeiros é completamente diferente.
Uma coisa é ser empreendedor/empresário, outra é deixar de ser empregado por
conta de outrem e criar um “autoemprego”.
O que está então em causa? O enviesamento existente do que é a atividade
empresarial concretamente.
–

Administrador de empresas no setor público e privado, desempenha a sua
função há cerca de duas décadas, economista, mestre em gestão e políticas
publicas, especialista em finanças empresarias e fiscalidade, é professor
universitário, consultor de empresas na área financeira, é coach e mentor.
Concordo plenamente, toda a argumentação faz sentido para os tais 4% de empresas que sobrevivem ao fim de 10 anos. O Fluxo de caixa não é um ordenado, é a ferramenta para dar o apoio total à empresa.