A psicologia do mercado

Os mercados movem-se em função da procura e da oferta de ações por parte dos investidores. São inúmeras as razões que influenciam as decisões de compra e venda, tanto por parte de fundos de investimento, como pelos investidores de retalho. Ainda assim, existe um fator que tem de ser tido sempre em conta: a psicologia do mercado.

Uma maneira de ver o mercado é como se de uma multidão desorganizada de indivíduos se tratasse, cujo único propósito comum é tentar prever o estado futuro do mesmo, isto é, o equilíbrio de poder entre os mais otimistas (bulls) e os mais pessimistas (bears). Dessa forma, os investidores pretendem gerar retornos de uma decisão de negociação correta feita hoje, que trará o seu retorno no futuro.

No entanto, é importante perceber que a multidão é composta por uma variedade de pessoas, cada uma sujeita às suas emoções. Otimismo, pessimismo, esperança e medo são sentimentos que podem existir num investidor em momentos diferentes ou em vários investidores ou grupos ao mesmo tempo. 

Podemos considerar que o mercado funciona num ciclo idêntico ao descrito abaixo:

Fonte: delawarefunds.com

Apesar de estarmos a falar de um ciclo recorrente, é muitas vezes difícil ou praticamente impossível saber os timings exatos em que funciona o mercado. Por isso, é necessário que o investidor saiba gerir as suas emoções em cada altura do mercado para tirar um melhor benefício do mesmo.

É bastante comum vermos um maior fluxo de novos investidores em alturas que existe uma grande euforia, algo que acontece, aos dias de hoje, com o mercado de criptomoedas, por exemplo. É, assim, importante relembrar que, tal como se pode ver na figura acima, a fase de maior euforia está intimamente ligada à fase de maior risco. É normal (e saudável) que existam correções pontuais ou mais prolongadas, algo que se pode tornar num ponto de inflexão para sentimentos mais negativos acerca do rumo destes mercados.

Se um momento de maior euforia pode trazer prejuízos ao investidor, o momento de um sentimento mais negativo dos mercados traz, por um lado, oportunidades e, por outro, um possível prejuízo. Isto deve-se essencialmente a um expectável pânico por parte dos investidores que faça com que estes fechem as suas posições em perda por receio do momento que o mercado atravessa. É nestes momentos que o investidor deve, mais que nunca, relembrar-se e seguir a sua tese de investimento pois, o preço da ação não é, em todos os casos, um reflexo do estado da empresa. Abaixo encontra-se uma entrevista a Jeff Bezos em 2018 onde este explica uma situação idêntica que ocorreu com a Amazon ($AMZN) nos anos da Dot-com bubble.

São estas situações que criam também oportunidades para os investidores, podendo comprar ações a preços bastante mais baixos, usufruindo de um retorno considerável aquando da recuperação dos mercados. 

Uma das máximas do famoso investidor Warren Buffett é: “be fearful when others are greedy, and greedy when others are fearful.”. Incentiva os investidores a serem cautelosos quando os mercados se encontram envoltos num sentimento de grande euforia e audazes quando os mercados estão rodeados de um sentimento mais negativo e de maior contenção. Com isto, os investidores poderão maximizar os seus lucros e diminuir os prejuízos.

Autor: Pedro Alves

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