Estratégias para lidar com a volatilidade dos mercados

A volatilidade dos mercados financeiros representa o risco, ou seja, a probabilidade de os retornos esperados serem diferentes dos retornos que efetivamente os investidores recebem. Este risco varia consoante o instrumento financeiro, o período de investimento, e a sensibilidade do instrumento a variações externas (macroeconómicas, eventos da empresa no caso de uma stock, entre outras), havendo algumas estratégias para lidar melhor com tais situações

Este risco é uma das muitas razões que leva a que investidores individuais optem por se absterem de investir nos mercados financeiros. Afinal de contas, a aversão ao risco – mais especificamente aversão à perda – é uma característica humana. 

Mas, e se houvesse uma (ou várias) maneira(s) de contornar isto? A verdade é que existem, e se mais pessoas souberem destas estratégias, maior será a sua disposição em investir neste mercado e a obter retornos deste. Analisemos, então, algumas possíveis estratégias.

1) Diversificação, diversificação, diversificação…

Pessoal das áreas de Gestão, Economia e Finanças ouvem esta afirmação constantemente, e não é por acaso. A redução da volatilidade/risco através desta estratégia está provada cientificamente, e é uma afirmação tomada como garantida para explicar outras teorias financeiras. Por isso, esta estratégia é uma das mais recorrentes entre investidores institucionais.

Diversificar passa, não só por investir em vários instrumentos financeiros, mas também instrumentos que tenham entre si uma correlação bastante negativa. Isto porque, caso um dos instrumentos que constituem o portfólio venha a descer no seu retorno, haverá um outro instrumento que, tendo correlação negativa com este,  verá o seu retorno a subir. 

Deste modo, o retorno do portfólio como um todo manter-se-á no nível esperado, levando a que o risco seja pequeno.

Esta diversificação deve ser feita esporadicamente, pois consoante a situação dos mercados financeiros, pode ser necessário investir mais ou menos em certos ativos do que outros, alterando o seu peso relativo e, assim, a constituição do portfólio.

2) Não se preocupar

Uma outra forma de evitar esta volatilidade é, como diz o ditado, “meter a cabeça na areia”. Pura e simplesmente, consiste em investir e não dar importância às flutuações dos preços dos instrumentos no curto prazo. Isto pode ser mais difícil do que parece, é “preciso muito sangue frio” para ver o preço de uma ação a descer 20% e não fazer nada!

Esta estratégia advém do facto de que, embora no curto prazo haja grande volatilidade, no longo prazo os mercados financeiros tendem a ter retornos crescentemente positivos. Também é apoiada pela descoberta que ao ter a posse de um ativo durante os melhores dias deste, em média, mais que compensa a perda dos piores dias.

No entanto, seguir esta estratégia não significa que não seja necessária pesquisa! No longo prazo, ações tendem a seguir fundamentos corporativos, o que significa que é necessário investir em empresas que tenham perspetivas de serem bem-sucedidas no longo prazo. Se assim for, variações de curto prazo, mesmo que negativas, em princípio, não significam que a empresa no longo prazo não tenha retornos positivos.

A ideia fundamental é que não se mude o plano ou portfólio financeiro apenas por pequenas variações que possam ocorrer no curto prazo. Não aja por impulso.

3) Tomar uma atitude ativa na gestão do portfólio

É importante não esquecer que, embora seja necessário não agir por impulso, é necessário ter em atenção o mercado e fazer “o trabalho de casa”. Pesquisar as melhores empresas e instrumentos financeiros, estar atento(a) às notícias e ajustar o seu portfólio à medida que for necessário são atividades extremamente importantes que devem ser feitas regularmente.

Se souber qual é a sua tolerância ao risco, e quais as suas expectativas de retorno, deve agir em conformidade com elas. Afinal, é o seu dinheiro que está em jogo!

4) Investir regularmente 

Em ciclos económicos recessivos há a tendência, especialmente por parte de investidores particulares, de investir menos e começar a poupar mais, visto que as circunstâncias são incertas.

No entanto, caso tenha a possibilidade, é uma boa prática investir mesmo nestes momentos incertos. Aliás, é nestas situações que é possível obter altos retornos uma vez que muitas empresas e instrumentos financeiros estão subvalorizados.

Um exemplo disto será o de Warren Buffet, que utiliza bastante esta estratégia. Em 2011, investiu 5 mil milhões de dólares em ações preferenciais do Banco da América (quando mais ninguém as queria comprar, pois tinham descido cerca de 45%). Buffet manteve a posse destes instrumentos até 2017, quando os vendeu por 17 mil milhões, levando a um lucro de 240%!

5) Evite sair e entrar no mercado constantemente

Saber quando sair e entrar no mercado (tal como fez Warren Buffet no exemplo anterior) é bastante difícil, pois implica não só saber qual é o momento certo como ter as possibilidades para o fazer.

Devido a isto, a maioria tende a perder mais do que ganha, pois tende a sair ou entrar no momento errado, o que pode levar a custos acrescidos de transação e de impostos.

6) Falar com um profissional financeiro

Da mesma maneira que vamos ao médico quando temos problemas no nosso corpo, e ao mecânico quando temos problemas com o carro, devemos recorrer a um profissional financeiro quando temos problemas com o nosso portfólio de investimentos.

Não só se pode recorrer a sociedades gestoras de património, como também a bancos que ofereçam serviços de advisory.

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