“Far more money has been lost by investors trying to anticipate corrections, than lost in the corrections themselves” – Peter Lynch
Nenhum investidor consegue acertar 100% das suas previsões, nem mesmo os melhores. A boa notícia é que para ter retornos positivos a longo prazo não é preciso.
Se considerarmos um investimento de 10.000€ realizado entre 1 de Janeiro de 1980 e 31 de Março de 2020 no S&P500 (num ambiente onde os dividendos são reinvestidos e não existem impostos), seria possível observar uma valorização do valor investido para 697.421€. Contudo, se no total dos 14.700 dias de investimento, o investidor perdesse apenas os 5 melhores dias, este valor reduzir-se-ia para 432.411€. De igual forma, ao perder os melhores 10 dias este valor reduz-se para 313.377€ (-55%), e ao perder os melhores 50 dias este valor reduz-se para 48.434€ (-93%). Estes valores representam assim uma perda relativa ao retorno que o investidor obteria, se o mesmo não tivesse tentado temporizar o mercado

A história mostra-nos que o mercado tem-se mostrado bastante resiliente. Desde a crise de 1929, em média, todas as correções do mercado seguiram-se de uma rápida recuperação e, em todas as correções, os investidores, que se mantiveram no mercado, recuperaram as perdas causadas por estas.
Embora ninguém consiga prever quando é que uma correção irá acontecer, os investidores podem precaver-se, quer seja através de estratégias como o dollar cost averaging (que consiste em parcelar o investimento total em investimentos periódicos, fazendo com que o impacto da volatilidade dos preços seja menor no investimento total), ou da diversificação do portfólio.
Por outro lado, manter um fundo de emergência e procurar outras fontes de investimento cujos horizontes temporais sejam compatíveis com o médio prazo, como é o caso das obrigações, pode ser também uma perspetiva interessante para um investidor que possa vir a necessitar do capital investido antes da recuperação do mercado.
Autor: Bernardo Melo | Fonte