Nesta terça-feira, a OCDE publicou o mais recente relatório anual “Taxing Wages”, onde Portugal é posicionado como o 9º país com a carga fiscal sobre o trabalho mais elevada dentre as economias avançadas.
Pelo quarto ano consecutivo, a carga fiscal sobre o trabalho voltou a subir em Portugal. Isto traduz-se muito simplesmente no seguinte: Aquilo que sai todos os meses do salário bruto para IRS e contribuições sociais tem um peso cada vez maior.
As famílias de rendimentos baixos e com dependentes, tiveram o pior agravamento com subida na taxa efetiva de IRS paga. Por exemplo, um casal com dois filhos em que só um trabalha e recebe cerca de 1.500 euros por mês perde em média 15% do ordenado bruto para o Estado, ou seja, cerca de 233 euros. Doze anos antes descontava apenas 8,8%.
Já um casal com dois filhos, em que os dois recebem salário médio, têm de entregar cerca de 25% do ordenado. Mais de 384 euros. Em 2010, descontavam apenas 19%.
Apesar destas subidas, as famílias com filhos continuam a descontar menos do que famílias sem filhos. Um trabalhador solteiro e sem filhos, entrega em média cerca de 30% do seu salário ao Estado.
Apesar dos políticos se apoiarem no argumento que “ Portugal aumentou o salário médio desde 2015”, em termos reais esse salário encolheu (cerca de 3,5%) devido à inflação.
A OCDE alertou os países para ajustarem os parâmetros do IRS à inflação.
Apenas Colômbia, Hungria e Suíça não sentiram perda no poder de compra no último ano.
Francisco Castilho, 20 anos, natural de Coimbra. Atualmente frequenta o 2ºano da licenciatura em Gestão pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC). Terminou recentemente um programa de embaixadores numa empresa de estratégia e marketing digital (Triber Academy), desempenhado a função de digital marketing copywriter. As áreas dos investimentos, finanças pessoais e análise fundamental de empresas são as que mais constam nos seus artigos e procura aprender mais com as diversas temáticas que surgirão na MeuCapital.