Relatório da consultora McKinsey & Company e da The Business of Fashion conclui que 67% dos executivos da indústria da moda esperam um aumento médio de 3% nos preços de retalho, em 2022, devido à crise da cadeia de abastecimento.
Contexto
De acordo com o estudo “The State of Fashion 2022” da McKinsey & Company e da The Business of Fashion (BoF), verificou-se que a junção da escassez de materiais, as constrições e o aumento dos custos dos transportes provocaram um aumento dos custos de produção e, consequentemente, um aumento no preço de retalho da moda para os consumidores. Este estudo contou com entrevistas a mais de 220 empresários de topo da indústria da moda e a peritos internacionais.
Crise da Cadeia de Abastecimento
A crise da cadeia de abastecimento foi provocada por diversos fatores, tais como: os aumentos dos custos com a energia, com o gás, com os transportes e com os combustíveis, a escassez de materiais, entre outros.
Os empresários desta indústria estão preocupados com esta crise da cadeia de abastecimento, sendo que 87% destes prevêem que haja um impacto negativo nas margens, em 2022. Além disso, 49% dos empresários referem as descontinuidades da cadeia de abastecimento como principal problema para os negócios de 2022.
Como este problema provoca a redução da capacidade de entrega dos produtos aos clientes, o estudo sugere que as empresas reformulem e implementem novas estratégias de gestão da cadeia de abastecimento, para que consigam responder à procura dos clientes.
Aumento dos Preços de Retalho
Em relação a 2022, os fatores referidos anteriormente implicariam um aumento dos preços de retalho, sendo que 67% dos executivos da indústria da moda esperam um aumento médio de 3% e 15% dos executivos preveem subidas de cerca de 10% ou até superiores.
Recuperação da Indústria Global da Moda
O Índice Global Fashion da McKinsey (MGFI: McKinsey Global Fashion Index), demonstra que 69% das empresas deste setor foram prejudicadas com a destruição de valor, isto é, com os seus resultados negativos, provocando uma redução no desempenho global da indústria da moda.
No entanto, no que toca às expetativas da indústria global da moda para 2022, estas são otimistas, pois estima-se que as vendas ultrapassem os níveis de 2019 no intervalo de 3% a 8%, sendo um intervalo de taxas de recuperação mais céleres do que as estimadas há 6 meses.
Em termos geográficos, a China já recuperou o nível de vendas que possuía antes da pandemia e ainda se espera que o segmento de luxo da moda tenha um aumento no intervalo de 70% a 90%, comparativamente a 2019, até ao fim de 2021. No que diz respeito aos Estados Unidos da América, espera-se que 43% dos consumidores aumentem os seus gastos com moda ainda em 2021. Relativamente à Europa, espera-se uma recuperação mais lenta.
Por fim, 32% dos empresários do setor observam uma oportunidade de crescimento e recuperação da indústria global da moda através dos canais digitais.
Autor: João Sarilho
