Crescimento da Economia Portuguesa Com Efeito Carry-Over.

Face ao clima propício para um desenvolvimento instável das economias europeias, é previsto, por Pablo Gentilioni, comissário europeu da Economia, um crescimento forte com efeito carry-over, para Portugal, progresso esse mais acentuado do que nos outros países da Europa.

A terminologia assim o sugere e assim o é: efeito carry-over é o arrastamento de fenómenos económicos, é uma herança estatística que não culmina no ano em que o cenário se iniciou, sendo, por isso, encaminhada para o ano seguinte. 

O efeito carry-over propiciou-se, devido a uma prosperidade acentuada de Portugal, no primeiro trimestre do presente ano. Dados estatísticos comprovam que a economia portuguesa foi aquela que cresceu mais, comparativamente aos outros países europeus. O contributo da procura interna, motivada pelo consumo privado e o contributo da procura externa líquida (exportações deduzidas de importações) foram marcantes para um aumento considerável do PIB português. 

Por um lado, a situação pandémica mais controlada pelas autoridades, no primeiro trimestre de 2022 e um melhor panorama médico associado permitem condições mais favoráveis para um crescimento mais estável e mais sustentável no longo prazo e, por isso, o aparecimento do efeito carry-over no presente ano. 

Por outro lado, a recuperação da atividade turística colabora para uma balança comercial superavitária, resultante de um desaceleramento das importações face às exportações, não devendo os constrangimentos atuais sentidos nos aeroportos serem tidos como um obstáculo. Não é de hoje, nem de há dez anos, que o setor do turismo desempenha um papel fulcral para o desenvolvimento económico de Portugal e para a estabilidade do país. 

Esta tendência de evolução da economia portuguesa também é suportada por Fernando Medina, atual ministro das Finanças. “Isso tem a ver quer com o crescimento de 2021, quer com o crescimento do primeiro trimestre de 2022 e com aquilo que nós estimamos que possa acontecer, ao longo de 2022”, apontou aos jornalistas, em Bruxelas.  

Apesar do cenário ideal para a prosperidade do país, o próprio Gentilioni e o BdP afirmam que as projeções para 2023 não são assim tão simpáticas. Para o próximo ano, o Banco de Portugal antecipa um crescimento de 2,6%, abaixo dos 2,9% inicialmente afirmados. 
O enquadramento internacional, resultante do conflito bélico, não favorece um crescimento estável das economias, devido à incerteza associada e aos desequilíbrios macroeconómicos que poderão emergir, resultantes do aumento galopante do nível geral de preços.

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