Taxa de inflação da Zona Euro dispara para valores de 2008

A taxa de inflação anual na Zona Euro registou o nível mais elevado desde 2008, superando as estimativas apontadas pelo Banco Central Europeu (BCE), como tal temos assistido a um aumento contínuo de preços desde o início da crise financeira provocada pela pandemia.

Segundo o relatório provisório publicado na passada sexta-feira pelo Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat) prevê-se que a inflação relativa ao mês de setembro atingirá o valor de 3,4%, valor superior ao esperado 3,3%, segundo os economistas consultados pela Bloomberg.

Entre os vários fatores apontados como justificativo do acréscimo de preços, encontram-se, o aumento nos custos da energia, principalmente a subida do preço do barril de petróleo, bem como o aumento dos preços de transportes.

O impacto deste aumento está a tornar-se visível nas cadeias de abastecimentos, aumentando as probabilidades de crescimento da inflação uma vez que as empresas estão a ajustar as suas políticas, preços e salários, tal como referido pela agência Reuters.

O BCE mantém a sua narrativa de que este aumento de inflação é passageiro, uma vez que, o crescimento da inflação permanecerá simétrico, com um valor de 2% a médio prazo, admitindo desvios temporários.

Por sua vez, Christine Lagarde, Presidente do BCE, constata que “O nosso cenário base continua a esperar que a inflação se mantenha abaixo do nosso objetivo a médio prazo” numa referência ao objetivo do BCE de manter uma inflação simétrica de 2%.

Esclarece ainda que este aumento “em grande parte temporário” é justificado pelo aumento dos preços do petróleo, o fim da redução temporária do IVA na Alemanha e a escassez de equipamentos e materiais.

Enquanto isso, os economistas têm mudado as suas opiniões, argumentando que os bancos centrais podem estar a subestimar o risco da inflação.

Luigi Speranza, economista do BNP Paribas, em entrevista à Reuters, considera que “Há grandes probabilidades de que a inflação seja menos transitória do que sugerem os bancos centrais, incluindo o BCE”. E ainda que “Os consumidores podem começar a exigir salários mais altos e as empresas podem ser obrigadas a suportá-los, com o argumento de que os preços finais dos produtos ficarão mais altos”.

Segundo o relatório da Eurostat, Portugal encontra-se entre os países com a taxa de inflação mais baixa, registando em setembro uma taxa de inflação de 1,3% contrariamente ao valor de 1,5% previsto pelo Instituto Nacional de Estatística.

Entre os países da zona Euro com uma maior subida da inflação encontram-se a Estónia (6,4%), seguida da Lituânia (6,3%), Eslováquia (5,1%) e Alemanha (4,1%). Por sua vez, Malta apresenta a taxa de inflação mais baixa (0,7%).

Autor: José João Sampaio

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