Inflação: O que está a acontecer na Economia da UE e dos EUA?

De um ponto de vista simplista, a inflação representa o declínio do poder de compra de uma dada moeda ao longo do tempo. A contrastante da inflação é a deflação, que consiste num aumento do poder de compra simultaneamente com uma descida de preços.

Historicamente, a inflação é algo que tem vindo a marcar a economia mundial negativamente. Exemplos disso são a grande crise de 2008 que começou nos Estados Unidos e rapidamente se alastrou aos restantes países por todo o globo, e, a crise dos anos 80 no Japão, sendo que esta foi “apenas” uma crise local.  

A queda da economia dos Estados Unidos começou quando o mercado imobiliário deixou de dar lucros e começou a dar prejuízos. Isto fez com que os títulos garantidos por créditos hipotecários (também conhecidos, em inglês, por MBS) e os seus derivados perdessem um valor significativo.

Como é que esta situação se repercutiu por todo o mundo? Isto aconteceu porque vários bancos foram obrigados a declarar-se como insolventes devido à concessão de múltiplos empréstimos hipotecários de alto risco (apelidados de “subprime loans” pelos financeiros). Como tal, as bolsas de valores pelo mundo foram fortemente afetadas.

O Japão também enfrentou um rebentar da “bolha” do setor imobiliário devido a uma elevadíssima inflação nos preços das ações deste mesmo setor, na década de 80, fazendo com que os japoneses se referissem a este período como “a década perdida”. 

Então, como está a inflação atualmente?

Para surpresa e alarme dos especialistas, a taxa de inflação está cada vez mais alta tanto na União Europeia como nos Estados Unidos impedindo, assim, que comece a recuperação da economia de ambos pós-pandemia.

A inflação da zona Euro acelerou mais do que o esperado, atingindo o seu nível mais alto desde os últimos 13 anos, há cerca de um mês. Não obstante, é expectável que esta continue a subir atingindo picos mais altos desde períodos antes da grande crise mundial de 2008. Os preços têm vindo a aumentar devido ao crescimento dos custos energéticos, dando especial destaque ao gás natural. Neste último ano, comparativamente ao anterior, os preços subiram 17%, estando o gás natural e a eletricidade no topo da cadeia.

Por outro lado, nos Estados Unidos os preços energéticos subiram 25% desde o ano passado. Sabe-se ainda que a inflação está a atingir os níveis mais altos desde há 30 anos. Esta taxa atingiu um novo pico de 4,3% no mês de agosto deste ano, ultrapassando o máximo registado de 4,2% em 1991 quando George H. W. Bush ainda era presidente. 

Relativamente a este assunto, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirma que esta inflação irá descer rapidamente, mas que se deve manter a calma e ter paciência, não esquecendo os riscos que as elevadas taxas de inflação trazem.

Em contrapartida, os economistas que estudam o mercado dizem que os bancos centrais estão a subestimar estes riscos.

Jerome Powell, presidente da reserva federal dos Estados Unidos (FED), espera que a cadeia de distribuição comece a apresentar melhorias levando a uma descida da inflação em inícios de 2022.

Autora: Bruna Pereira

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