A tecnologia da Ethereum é uma das mais conhecidas no mercado de criptomoedas, principalmente pelo pioneirismo com os chamados “contratos inteligentes”. Ao permitir a programação do dinheiro, a rede implementou, nos últimos anos, várias inovações nas finanças mundiais.
Israel tem vindo a observar as mudanças rápidas e significativas no seu ecossistema de pagamentos digitais nos últimos anos, que segue a tendência internacional de digitalização. As criptomoedas privadas e descentralizadas têm vindo a ganhar cada vez mais relevância como investimento e como reserva de valor.
Assim, o governo identificou a necessidade de satisfazer a procura por finanças digitalizadas com uma moeda que o Banco de Israel possa controlar e emitir. Assim, a Shekel digital surge como uma alternativa, uma opção totalmente regulamentada, segura e centralizada, para que a população não fique desfalcada no processo de digitalização das finanças, enquanto reduz a procura por criptomoedas privadas.
Além disso, o Banco Central de Israel já pediu aos agentes da indústria que propusessem várias aplicações inteligentes que poderão, eventualmente, ser construídas sobre a infraestrutura da shekel digital.
Desta forma, fica claro que a autoridade local não planeia apenas digitalizar sua moeda, mas também usufruir das vantagens já criadas pelas criptomoedas.
O recente conflito em Israel fez aumentar as doações de Bitcoin ao Hamas, facto que pode ter levado o banco central local a ter mais noção do mercado de criptomoedas.
Ainda em fase de testes, a moeda digital nacional de Israel não tem prazo estimado para ser lançada ao público. No entanto, é esperado que a moeda entre no mercado dentro de cinco anos. Todas as experiências feitas com a tecnologia, inclusive com Ethereum, estão a ser feitas internamente.
Depois da China, com o yuan digital, e dos testes feitos pelo Brasil com o real digital, é promissor ver o interesse de bancos centrais no mercado de criptomoedas, sendo que esta tecnologia nasceu justamente para substituir a impressão descontrolada de dinheiro pelos bancos centrais.
Autor: Henrique Gil