Inflação na Zona Euro atinge novo recorde

Soube-se esta quarta-feira, dia 2 de fevereiro, que a inflação na Zona Euro atingiu um novo recorde no passado mês de janeiro, desafiando assim as expetativas de uma grande queda e pressionando o Banco Central Europeu (BCE) a finalmente admitir que o aumento dos preços não é tão temporário e benigno como previa.

A inflação nos 19 países que utilizam a moeda única subiu para 5,1% em janeiro, de acordo com dados do Eurostat. Este valor superou bastante as expetativas de uma investigação feita por economistas da agência Reuters, com uma previsão de queda para 4,4%. 

Aumentos mais acentuados nos preços da energia e de alimentos foram apenas parcialmente compensados pelo crescimento menos rápido dos preços de produtos industriais, o que significou que a inflação anual subiu em relação ao recorde anterior da Zona Euro de 5% em dezembro, também de acordo com dados do Eurostat.

Este aumento do custo de vida coloca pressão na política monetária e irá provavelmente dominar a primeira reunião do ano do conselho do BCE, esta quinta-feira, dia 3 de fevereiro, mesmo que a maioria dos economistas espere que o banco siga o seu calendário para manter as taxas de juro inalteradas, enquanto reduz a compra de ativos ao longo deste ano. A inflação tem agora um valor bastante superior ao objetivo de 2% do BCE. 

A persistência da inflação acima da meta de 2% do BCE tem vindo a causar divisões cada vez maiores no seu conselho governativo. Os governadores dos bancos centrais da Alemanha, da Áustria e da Bélgica já manifestaram o seu desagrado na reunião do mês passado, dizendo que estavam a comprometer-se a comprar obrigações durante demasiado tempo. 

Outra grande questão será como pode ser definida, na região, uma política monetária independente, numa altura em que a inflação acima do valor esperado levou a Reserva Federal dos EUA e o Banco de Inglaterra a adotar uma postura política mais “agressiva” do que o BCE. Espera-se que o Banco de Inglaterra aumente as taxas pela segunda vez consecutiva na próxima quinta-feira, dia 3 de fevereiro, enquanto o mercado está a utilizar preços determinados pelos cinco aumentos de taxas pela Reserva Federal este ano.

O BCE rejeitou as apostas dos investidores de que irá aumentar as taxas este ano, dizendo que não o fará antes de interromper as compras de ativos, que planeia que continuem, pelo menos, até outubro.

Autor: Mariana Sardinha

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