Crescimento económico europeu e o risco da inflação

A comissão europeia veio, nos últimos dias, rever as metas de previsão do crescimento económico europeu para o que resta do presente ano, bem como para o ano seguinte, concluindo que a retoma económica se irá manter, mantendo assim uma tendência que se tem vindo a verificar desde que muitas das restrições pandémicas foram levantadas. Porém, a comissão realça alguns fatores de risco que poderão vir a afetar estas previsões.

Numa conferência de imprensa prestada na passada quinta-feira, e que incidiu sobre essas metas, o comissário detentor da pasta da Economia, Paolo Gentiloni, anunciou a revisão do crescimento em alta, de 4,8% para 5,0% em 2021, e uma ligeira descida de 4,5% para 4,3% no ano de 2022.

De entre os países que mais se destacam em termos de crescimento económico, estão a Irlanda e a Estónia, com um crescimento previsto de 14,6% e 9,0%, respetivamente, para o ano corrente.

Apesar da revisão apresentada, foi enunciado que as previsões poderão vir a ser afetadas, particularmente por dois fatores que deverão manter alerta todos os decisores políticos: a evolução da pandemia de Covid-19, assim como a inflação registada na zona euro, e que é vista como a maior ameaça às previsões de crescimento, em particular, para 2022.

No mês transato, a zona euro registou uma inflação acima de 4%, representando um valor claramente acima dos 2% que o Banco Central Europeu definiu como objetivo para a zona euro. 

Uma ilação que já foi tirada por membros do Banco Central Europeu, foi a de que, apesar de transitória, este período de inflação mais elevada poderá ser mais prolongado do que aquilo que era vaticinado. Não obstante, crê-se que os valores de inflação venham a reduzir para níveis inferiores aos 2%, em 2023.

Ainda assim, os níveis da inflação bem como as previsões inerentes estão envolvidos em muita imprevisibilidade devido, por exemplo, aos constrangimentos das cadeias de distribuição e aumentos salariais que acabam por contribuir para a variação dos preços que são colocados ao consumidor.

Posto isto, os próximos tempos aparentam vir a trazer uma importante recuperação económica para os países da zona euro, sendo que, conforme exposto pela comissão europeia, existem fatores de elevada incerteza que poderão afetar a previsível recuperação e que deverão receber a devida atenção dos decisores políticos.

Autor: Paulo Pereira

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