A Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, publicou esta quarta-feira o seu Livro Bege, onde mostra sinais de que a economia americana estará a abrandar e existe um maior risco de recessão.
O aviso da Fed mostra que, provavelmente, a inflação poderá manter-se elevada até ao final do ano, já que os resultados da pesquisa indicam que em vários distritos americanos se continuam a registar elevados aumento de preços – principalmente, no que toca a alimentos, commodities e energia, com especial enfase nos combustíveis.
No entanto, é importante referir que em alguns casos foram relatados sinais de que a subida dos preços poderá estar a desacelerar. Cerca de três quartos dos distritos estudados mostram mesmo sinais de moderação nos aumentos dos preços de outros materiais como o aço e a madeira.
Este relatório da Fed mostra também um decréscimo, cada vez maior, na procura por vários bens, principalmente nos bens alimentares. Existindo ainda vários setores, como o turístico ou o das viagens, que conseguiram manter a sua engrenagem a funcionar de forma quase inalterada, fazendo com que os clientes suportem todo o peso da inflação.
No que concerne ao mercado de trabalho, é relatada uma melhoria na disponibilidade de mão de obra, principalmente, no setor da indústria e da construção e há evidência de que os salários também estão a crescer, após situações em que os trabalhadores exigiram aumentos que mais do que compensaram o acréscimo no custo de vida. Casos há em que os patrões decidiram compensar os seus trabalhadores pela perda de poder de compra a que estavam sujeitos com a inflação.
O Livro Bege é um relatório que, a partir das análises dos bancos que compõem a Fed, que contactam os agentes económicos, revela previsões sobre as condições futuras da economia dos EUA, servindo de base para discussões na próxima reunião de política monetária do Banco Central.
A inflação americana mostrou-se elevada durante o mês de junho, por isso, existe a expectativa que a Fed venha a subir as taxas de juro em 0,75 pontos na sua próxima reunião.
Autor: Mário Costa