Big Data nos negócios: Kevin De Bruyne e o aumento salarial

Não há dúvidas de que, atualmente, o conceito de Big Data é uma das principais tendências de evolução tecnológica. Sucintamente, consiste num enorme e diversificado volume de dados que pode ser analisado com o intuito de descobrir padrões e associações e daí retirar conclusões, possibilitando a solução e otimização de problemas específicos. Empresas como a Facebook ($FB) e a Alphabet ($GOOG) utilizam-na constantemente como uma ferramenta para gerar receita através de anúncios que são adaptados aos utilizadores em função dos seus históricos de pesquisas. 

No entanto, para além da atividade empresarial, esta também pode ser instrumentalizada em benefício dos trabalhadores. Exemplo disso é Kevin De Bruyne. Futebolista do Manchester City, nomeado no ano passado o melhor jogador da liga inglesa e considerado um dos melhores do mundo da atualidade. Recentemente, renovou contrato com o clube com um aumento salarial de um valor de 83,2 milhões de libras até 2025, correspondendo a cerca de 20,8 milhões de libras anuais. Estes valores exorbitantes são relativamente normais na indústria futebolística, pelo que aqui o que se destaca não é o contrato, mas sim a forma como foi negociado. 

Em vez do tradicional recurso a um agente, o atleta de 29 anos preferiu contratar Data Analyst da Analysts FC para fazerem uma análise estatística da sua performance no clube. Desta forma, analisando múltiplas variáveis como a idade da equipa, a relação com o treinador e restante staff ou recorrendo a uma quantificação da qualidade geral do plantel, estes analistas conseguiram calcular a probabilidade de sucesso da equipa e a influência que De Bruyne teria na mesma, sendo esta bastante elevada. 

Como resultado, conseguiu comprovar estatisticamente ao clube a sua importância, obtendo um aumento salarial de 350 mil libras para 400 mil libras semanais, cerca de 14%, que constitui um aumento considerável tendo em conta os valores que o mesmo já auferia. 

Este é um caso de um profissional que conhece o seu valor e que, em vez de o deixar ser demonstrado pela capacidade de negociação de um agente, muitas vezes com substância subjetiva, preferiu basear-se em elementos objetivos e recorrer à tecnologia para o demonstrar. Será este o futuro das negociações? Não se pode afirmar ao certo, mas o sucesso deste caso e a existência da Analysts FC, poderá alterar o panorama desta indústria e toda a forma de relacionamento entre jogadores e clubes. Desde o recrutamento até ao processo de negociação de contrato, este método de análise estatística dos dados, possibilita uma tomada de decisão mais eficiente, fundamentada em métricas mais fiáveis. 

Autor: João Rodrigues

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