Facebook: 500 milhões de dados pessoais dos utilizadores foram expostos

No dia 3 de Abril de 2021, veio a público, por parte da revista Business Insider, a notícia de que Mais de 500 milhões de dados pessoais dos utilizadores do Facebook foram difundidos e expostos num fórum de hacking online.

Hoje em dia, numa época em que nos encontramos especialmente virtualizados, são poucos aqueles que não possuem as suas próprias redes. Seja Facebook, Instagram ou WhatsApp, acredito que qualquer de nós é de certa forma dependente das funcionalidades que estas apps têm para nos oferecer e que com isso acabam por nos facilitar muito o dia-a-dia.

No entanto, nem tudo são aspectos positivos, até porque na maior parte das vezes, nós utilizadores, vemos-nos obrigados a facultar a estas empresas uma série de dados pessoais, que em condições normais provavelmente não faríamos. 

As nossas contas pessoais possuem dados como nome; idade; número de telefone; localizações, já para não falar do cariz privado de conteúdo como fotos e mensagens trocadas. 

Pois bem, os problemas surgiram! Se se pensava que os dados poderiam estar em bases de dados seguras e fidedignas, às quais ninguém indesejado tivesse acesso, estávamos enganados. 

Rapidamente se ficou a saber que em causa estariam cerca de 106 países lesados com a situação, incluindo Portugal, com cerca de 2 milhões de dados divulgados. Dados estes, que segundo a revista iam desde números de telefone até localizações e datas de nascimento.

Destes 106 países, pode-se dizer que apesar da situação de Portugal ser preocupante e até mesmo assustadora, não fomos de todo os mais afetados. A situação foi bem mais impactante em países como os EUA, onde foram descobertos 32 milhões de registos, de seguida surge também o Reino Unido com 11 milhões de dados visíveis e  ainda a Índia com um valor na casa dos 6 milhões. Num cenário tão grave para a rede social em questão, estes foram alguns dos imensos países que viram a sua CiberSegurança em risco. 

Se o facto de este tipo de acontecimentos existirem já é preocupante, sabemos ainda que os dados descobertos são referentes a 2018-2019, havendo ainda assim, um largo número de novas informações a poderem ser violadas, visto que já se passaram 3 anos e ao que parece estas mesmas informações já se encontravam a ser vendidas no mercado negro desde Janeiro deste ano.

Na origem desta fuga de informação, pode ter estado uma vulnerabilidade em termos de segurança sentida pela empresa de Mark Zuckerberg no ano 2019, mas em afirmação à Agência Reuters, a mesma disse ter prontamente corrigido desde Agosto do mesmo ano e que por isso estamos a falar de dados “muito antigos”.

Passado algumas horas, surge em cena, aquela que foi a primeira empresa ligada ao cibercrime na rede a detectar as falhas relacionadas com as informações do Facebook. Alon Gal membro da consultora Israelita com sede em Hudson Rock, teceu as primeiras primeiras declarações sobre o assunto e foi tudo menos meigo na abordagem, chegando mesmo a pôr em causa a seriedade dos colaboradores do Facebook:

“Uma base de dados deste tamanho, contendo a informação privada, tal como números de telefone de muitos utilizadores do Facebook, levaria certamente maus elementos a tirar partido dos dados para realizar ataques ou tentativas de hacking”, em declarações citadas pela revista Insider.

De acordo com Gal foi a sua empresa que logo em Janeiro de 2021 detectou os primeiros movimentos pirata quando um utilizador do respectivo fórum de hacking deu conta de um “bot” que estaria a controlar a dados de caráter privado e que os mesmos estariam mesmo a ser oferecidos em trocas de quantias avolumadas de dinheiro. Contudo o que se verificou foi que os dados foram colocados à disposição da mais rudimentar pessoa de forma gratuita.

O que levanta mais preocupações junto dos especialistas, é o facto de não se tratar de um episódio infeliz isolado, isto porque uma outra fuga de informação também ocorreu em 2019 e com dimensões um pouco inferiores a estas, que obrigaram o Facebook a prometer reforçar a segurança, depois do que aconteceu com a Cambridge Analytica, quando a empresa divulgou perto de 80 milhões de dados confidenciais, com o propósito de afetar os eleitores com anúncios políticos referentes às campanhas eleitorais de 2016, nos Estados Unidos da América.

Alon Galon representante da empresa Israelita prossegue com o seu discurso e afirma que pouco ou nada há a fazer por parte do Facebook para que consigam deter total controle sobre este tipo de inconvenientes. Do seu ponto de vista, a gestão de danos realizada por parte da rede social norte-americana é muito mal trabalhada, pois não existem meios que possam, agora, garantir a segurança e até mesmo ajudar os utilizadores afetados.

Se isto servirá de lição para o futuro das redes sociais e a sua respectiva segurança, a verdade é que, nós meros utilizadores, nunca o saberemos. É neste sentido que Galon concluiu dizendo que o mínimo que o Facebook deveria fazer era notificar todas aqueles que possam ter as suas contas envolvidas em mais um escândalo e que se assim não for os utilizadores têm toda a legitimidade para desconfiar da plataforma.

“Os indivíduos que se inscrevem numa empresa respeitável como o Facebook estão a confiar-lhes os seus dados e o Facebook tem o dever de tratar os dados com o máximo respeito”.

Conforme demonstra mais uma fuga de informação, respeito e consideração é para Alon tudo aquilo que o Facebook menos merece neste momento e os utilizadores deveriam fazer sentir o seu desagrado e tratar a empresa de igual modo, frisou o próprio.

Autor: André Moreira

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