A estabilidade financeira e macroeconómica da Zona Euro sempre foi a prioridade fulcral do Banco Central Europeu. Face a uma potencial crise da dívida soberana, os governadores aprovaram um novo instrumento anticrise que visa assegurar uma maior uniformidade na transmissão da política monetária aos membros da UE.
Por instrumento de proteção da transmissão, IPT, é conhecido o novo instrumento anticrise adotado pelo BCE. Tem a distinta particularidade de permitir o combate à inflação desmedida, sem pôr os mercados financeiros em risco de fragmentação com a subida das taxas de juro de referência e, por isso, ressalva possíveis crises de dívida soberana na Zona Euro.
A uniformidade na transmissão da política monetária é assim facilitada pelo IPT. A aquisição de dívida pública aos países com maior risco de fragmentação permite uma menor propensão aos momentos especulativos de mercado, aos quais estão associados, automaticamente, risco das expectativas não se concretizarem, efetivamente.
No sentido de reduzir a fragmentação nos mercados internacionais, os spreads dos países da UE relativamente às obrigações de tesouro da Alemanha que são tomadas como referência irão reduzir substancialmente. A yield das obrigações portuguesas irá cair para 2,79%, depois de ter atingido um valor de 3%, sendo que o spread relativo reduziu para 0,0110%.
O mecanismo Zero Lower Bound adotado pelo BCE como uma ferramenta não convencional de transmissão de política monetária será derrubado quando se proceder à subida das taxas de juro de referência. Em vez de estas se encontrarem em valores de 0%, tal como pressupõem o ZLB, permanecerão em patamares positivos, como é o caso da taxa de juro das mRO`s, cujo valor se encontrará em 0,5%.
Com a possibilidade de as taxas de juro de referência poderem não permanecer relativamente estáveis, no longo prazo, os analistas chegaram a acordo e despediram-se do “forward guidance”. Em tempos mais voláteis e incertos, a orientação da política monetária não se encontra bem definida . Assim, o BCE não estará exíguo no que toca às medidas de política monetária, ganhando, por isso, maior margem de manobra e atuação.
Bárbara Costa, 22 anos, natural do Porto. Frequenta o 3ºano de Economia na FEP. Faz parte da plataforma digital “Hollow”, apoiando os subscrito em algumas unidades currriculares da licenciatura. Explicadora de Economia a dois alunos do 10ºano do ensino secundário. Integrou a MeuCapital, em abril de 2022, com o propósito de estar mais a par dos acontecimentos financeiros atuais, bem como de alargar algumas das suas capacidades cognitivas.