A Alemanha, maior economia da União Europeia e da Zona Euro, cresceu 1,9% no ano passado relativamente a 2021 e neste momento já se encontra num nível superior em 0,7% àquele que tinha em 2019, pré-Covid.
Taxa de crescimento positiva
Mesmo com a invasão da Ucrânia, com os níveis históricos de inflação, ou a saída de Angela Merkel dos “comandos” do país, com a entrada em vigor de um novo governo de coligação entre o SPD, os Verdes e os Liberais, a Alemanha conseguiu acabar o ano com uma taxa de crescimento positiva de 1,9%, anunciou esta a agência federal de estatística alemã (Destatis).
As previsões de recessão que tinham sido produzidas, quer pelo governo alemão, quer pelas principais instituições europeias e mundiais, foram superadas, com a Alemanha a aproveitar da melhor maneira um dos invernos mais amenos dos últimos anos e a alterar de forma permanente o seu abastecimento de energia, com a quase total eliminação da energia importada da Federação Russa.
Imagem 1: Evolução do PIB da Alemanha entre 2019 e 2022
Fonte: Jornal Eco
Segundo Ruth Brand, presidente do INE da Alemanha, “A situação económica global na Alemanha em 2022 foi marcada pelas consequências da guerra na Ucrânia, tais como aumentos extremos nos preços da energia. Apesar de uma crise energética e da enorme pressão inflacionista devido à guerra na Ucrânia, das falhas de abastecimento e da pandemia continua, a economia alemã conseguiu resistir bem. ”.
Resultado económico do último semestre
Para este resultado acima do que era esperado, muito contribuiu o seu resultado económico no último semestre, a que se deveu muito a questão do inverno fora do normal no que toca a temperaturas. Também o novo pacote que o governo de Olaf Scholz fez entrar em vigor, no valor de 200 mil milhões de euros, e o facto do país ter conseguido encher as suas reservas de gás natural durante o verão ajudaram a melhorar os resultados económicos.
Apesar deste resultado acima das expectativas, continua a ser esperado que outras economias europeias consigam superar o crescimento alemão em 2022. No entanto, continua a ser previsto que a maior economia da Zona Euro venha a sofrer uma recessão em 2023, havendo previsões de uma descida de 0,6% pelas instituições Europeias e uma previsão mais otimista de um decréscimo de 0,1% pelo instituto alemão IFO.
Mário Costa, estudante do 1º ano do Mestrado em Finanças na FEP, Financial Content Writer na MeuCapital e Membro do Departamento de Corporate Finance no FEP Finance Club. É escuteiro desde os 9 anos e ao longo dos anos desenvolveu um forte interesse pela área financeira, tendo por a missão de contribuir para uma maior literacia financeira em Portugal.
