O ifo, instituto alemão de investigação económica, fez uma inversão na sua análise de junho e agora afirma que a Alemanha irá entrar numa recessão valorizada em -0,3% sobre o Produto Interno Bruto (PIB).
Na previsão de junho deste ano, o ifo previa um aumento no PIB de 3,7% sendo esta revertida, agora, para menos 0,3%.
Simultaneamente, a previsão de inflação do instituto foi alterada, passando para 9,3% e aumentando em 6 pontos percentuais.
Devido à crise energética causada pela guerra na Ucrânia e os cortes de fornecimento da empresa russa Gazprom no que diz respeito aos gasodutos Nord Stream, a Alemanha foi forçada a alterar as suas fontes de fornecimento de gás e tomar medidas para garantir as provisões do mesmo durante todo o ano.
Antes da guerra, cerca de 55% das reservas de gás da Alemanha eram provenientes da Rússia devido aos custos mais baixos. Em junho deste ano, apenas 26% eram da Rússia.
Como consequência dos cortes, houve uma subida nos preços de eletricidade e gás e só é esperado que comecem a descer a partir de março de 2023.
“Os cortes no fornecimento de gás da Rússia durante o verão e os drásticos aumentos de preços que foram consequência estão a causar estragos na recuperação econômica após o coronavírus”, disse Timo Wollmershäuser, diretor das previsões do instituto ifo.
Do ponto de vista dos consumidores, estes veem o seu poder diminuir. Apesar de terem existido medidas do governo alemão para melhorar a situação económica, estas não conseguiram resolver totalmente a situação, afirma o instituto ifo.
“A perda de poder de compra, medida pelo declínio dos salários reais per capita, que tem o valor de 3% este ano e no próximo, é maior do que em qualquer momento desde que o atual sistema de contas nacionais foi introduzido em 1970”, afirmou o diretor de previsões do instituto.
Gabriel Gomes,19 anos, natural do Porto. Frequenta a licenciatura de Gestão de Marketing no Instituto Português de Administração e Marketing. O fascínio pelo mundo financeiro e pela realidade económica em Portugal levou ao início do percuso no MeuCapital, motivado para desenvolver a literacia financeira portuguesa.