Depois de em abril a taxa Euribor a 12 meses ter atingido um valor positivo, agora, pela primeira vez desde novembro de 2015 a taxa Euribor a 6 meses alcançou terreno positivo, com um valor de 0,009%, mais 0,017 pontos percentuais do que sexta-feira.
Fonte: Euribor-rates, Execução própria
A principal causa desta subida contínua das Euribor deve-se às expectativas de que o BCE inverta a sua política monetária. A instituição liderada por Christine Lagarde deverá aumentar as taxas de juro de referência da Zona Euro, como forma de combater a inflação, que se abate um pouco por toda a União Europeia, com países como a Alemanha a registar valores inflacionários históricos.
A Euribor a 6 meses reflete-se de importância capital para as famílias portuguesas, pois é tida em conta em muitos dos créditos à habitação que dispõem de taxa variável, ou seja, muitas das famílias portuguesas irão ver a sua prestação mensal continuar a aumentar. No início do ano, a taxa Euribor a 6 meses era -0,546%, estando agora previsto uma continuação da sua subida, afastando-se cada vez mais dos terrenos negativos. Depois de tempos em que, com taxas negativas, as condições para créditos eram favoráveis, agora vivem-se tempos mais complicados com as perspetivas da continuação da subida destas taxas.
De realçar que também que as taxas Euribor a 3 meses e a 12 meses têm registado subidas consecutivas. A primeira está, inevitavelmente, a encaminhar-se para terrenos positivos. Já a taxa a 12 meses apresenta os maiores valores desde 2014, tendo até ultrapassado uma taxa de 0,5%.
Esta taxa reflete o valor médio das taxas de juro com que um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário, costumando acompanhar alterações que ocorram nas taxas de juro directoras do BCE.
Autor: Mário Costa
