Um pouco por toda a Europa, a inflação tem causado problemas, provocado pelo aumento abrupto dos preços da energia e pela escassez de alguns alimentos como os cereais e/ou os óleos alimentares, que se começaram registar com a crise pandémica e ainda agravados pela Guerra na Ucrânia.
Na Alemanha o índice de preços harmonizado com a União Europeia (que ajuda na comparação entre os países da União) registou um valor de 8,7%, um valor apenas comparável com os valores de 1973 e 1974, aquando do primeiro choque petrolífero. Também o IPC alemão quebrou recordes, com o seu valor mais alto em 70 anos, registando 7,9%.
Em comparação com o mês de maio de 2021 os preços da energia aumentaram mais de 38% e os preços com produtos alimentares aumentaram 11,1%. Estes dois setores são os principais culpados pelos valores históricos a que estamos a assistir, tal como os problemas relacionados com supply chain e com as novas ondas da pandemia de Covid-19.
Na própria Zona Euro, países como Espanha e Portugal estão também a debater-se com valores inflacionários históricos, tal como os Estados Unidos que registaram em abril o maior valor de inflação desde 1981.
Sendo a Alemanha um dos principais países da Zona Euro, e tendo os receios relacionados com a hiperinflação desde a 1ª Guerra Mundial, é natural que o Banco Central Europeu esteja a planear uma estratégia para recolocar a inflação em valores mais perto do seu objetivo de 2%, sendo por isso de esperar que as taxas de juro diretoras subam.
Também o governo alemão decidiu colocar em prática um plano de controlo da inflação, como por exemplo a implementação de um passe mensal que poderá ser utilizado em todos os transportes públicos do país, com um custo mensal de 9€ e descontos nos preços do gasóleo e da gasolina. O ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, afirmou que a inflação tem um elevado custo e que a prioridade deste governo seria combatê-la.
Autor: Mário Costa