Esta sexta-feira, 3 de junho, a Deco Proteste revelou que a prestação mensal de crédito de habitação poderá subir 300 euros se a taxa Euribor a 6 meses chegar a 3%.
As taxas Euribor, que nada mais são que taxas de referência de empréstimos entre bancos da zona euro, estão a subir de forma exponencial após vários anos com mínimos históricos. Isto deve-se às políticas monetárias austeras do Banco Central Europeu para controlar o aumento da inflação devido à crise europeia.
Em Portugal, segundo o INE, a inflação revela aumentos constantes com uma subida de 1% no mês de maio. Esta aumentou 8% relativamente ao mesmo mês do ano anterior.
Segundo o jornalista Sérgio Aníbal, é importante realçar o aumento do preço dos combustíveis como fator de destaque no aumento da inflação. Relativamente ao mês de maio, este aumento foi de cerca de 27%, a subida mais elevada desde 1985.
Especialistas do mercado monetário contactados pela Bloomberg temem que a situação fique ainda mais agravada. Como tal, esperam medidas de maior dureza por parte do BCE.
Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, afirma que a zona euro está “num momento de mudança” e que a expectativa é a de um aumento das taxas de juro. No entanto, assegura que o BCE não está numa situação de “desespero”.
O aumento da taxa Euribor em seis meses (a mais comum aplicada em Portugal nos créditos de habitação), 3 meses e 12 meses tiveram, por tanto, os seus máximos desde junho de 2020, dezembro de 2015 e setembro de 2014, respetivamente.
O prazo de 3 a 12 meses corresponde ao intervalo em que a taxa é atualizada tendo em conta valores revistos. Esta subida significa, segundo a jornalista Sónia Lourenço, que os lares portugueses devem estar em alerta para o aumento significativo dos créditos a pagar.
Assim, segundo o jornalista Pedro Botelho, é importante compreender em que caso é que nos encontramos: se estamos sujeitos a um empréstimo de taxa fixa ou de taxa variável.
Se nos encontrarmos sujeitos a uma taxa fixa temos como vantagem a antecipação e capacidade de prever quanto é que vamos cobrar.
Contrariamente, se estivermos sujeitos a uma taxa variável, estamos sujeitos a variações nas taxas de juros e temos que estar especialmente atentos às mesmas (situação de mais de 90% dos créditos de habitação em Portugal).
Gabriel Gomes,19 anos, natural do Porto. Frequenta a licenciatura de Gestão de Marketing no Instituto Português de Administração e Marketing. O fascínio pelo mundo financeiro e pela realidade económica em Portugal levou ao início do percuso no MeuCapital, motivado para desenvolver a literacia financeira portuguesa.