UK: O valor mais elevado de inflação nos últimos 40 anos

Os últimos dias têm sido marcados por uma enorme instabilidade política. Pelo que parece, o brexit não tem vindo a facilitar os processos do Reino Unido e os problemas económicos são cada vez mais profundos. A saída precoce da Chefe do governo, Liz Truss está a impactar o atual governo e os mercados financeiros estão a sentir-se.

De acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pelo instituto nacional de estatística britânico (ONS, na sigla em inglês), o índice de preços no consumidor do Reino Unido registou uma variação anual de 10,1% no passado mês de Setembro, igualando a inflação que já tinha sido registada em Julho deste ano. Este é o valor mais elevado dos últimos 40 anos, segundo o historial do ONS.

Como principal contribuinte deste aumento, surgem os custos com a energia e com a alimentação. No primeiro caso, o índice de preços associados à habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis aumentou 20,2% em Setembro. Já os preços dos alimentos e das bebidas não alcoólicas aumentaram 14,5% no mês em análise, a subida mais acentuada desde Abril de 1980.

Tal como referia, apesar de muito curto, o mandato de Liz Truss teve impacto na economia britânica. A enfrentar uma taxa de inflação superior a 10%, a primeira-ministra tentou dar um choque: a 23 de setembro, o então ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, apresentou um mini-orçamento, a principal promessa que marcou a campanha de Truss junto dos conservadores. Porém, a apresentação desse orçamento foi decadente para o país, uma vez que a pressão sobre os mercados financeiros fez-se sentir imediatamente: o valor da libra caiu a pique, chegando a desvalorizar 5%.

Desta feita, o então Ministro da Finanças, vira a ser despedido e o novo ministro, Jeremy Hunt, reverteu praticamente todo o orçamento direcionando o capital público para outras áreas consideradas por si, económicamente mais relevantes.

Na reacção aos dados divulgados, o ministro das Finanças britânico assegurou que o Governo terá como prioridade dar apoio às famílias mais vulneráveis.“Compreendo que as famílias por todo o país estão a passar por dificuldades com o aumento dos preços e os custos da energia mais elevados. Este Governo vai dar prioridade a apoios para os mais vulneráveis, ao mesmo tempo que irá garantir uma estabilidade económica mais ampla e fomentar um crescimento económico de longo prazo que irá ajudar toda a gente”, afirmou o ministro, em comunicado enviado às redacções.
Porém, as novas medidas não estão a ser aceites com agrado por parte dos britânicos. Desde logo, a grande maioria dos cortes de impostos que tinham sido anunciados pelo antecessor de Jeremy Hunt não irão, afinal, concretizar-se, ao mesmo tempo que o pacote de combate aos efeitos da crise energética, que se previa ter a duração de dois anos, irá ser aplicado, em vez disso, durante apenas seis meses, ou seja, até ao próximo mês de Abril. Nessa altura, a necessidade de prolongar este pacote será reavaliada.

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