Foi anunciado, no passado dia 4 de novembro, a startup vencedora do pitch da Web Summit 2021. Foram mais de 1200 startups que participaram no Web Summit e apenas 75 foram escolhidas para apresentarem os seus projetos no palco principal. Smartex.ai saiu vitoriosa com a sua solução de identificação de falhas na produção têxtil com recurso à inteligência artificial.
O setor do retalho é notoriamente desperdiçador e a produção defeituosa é responsável pela perda de milhares de milhões de euros em têxteis (que acabam descartados em aterros sanitários). A Smartex está a trabalhar para tornar a manufatura têxtil mais sustentável usando inteligência artificial para reduzir a produção defeituosa para 0%.
O seu dispositivo é um produto não intrusivo, projetado para ser facilmente ligado a teares circulares. Os principais componentes são uma câmara industrial, o sistema de iluminação multiespectral e um computador de placa única, que permitem detetar falhas de produção no tecido de saída em tempo real, alertar o trabalhador responsável e interromper a produção defeituosa.
Além de um software de monitorização de produção, a Smartex fornece aos fabricantes uma visão geral de todas as máquinas nas quais o dispositivo está instalado, extraindo todos os dados disponíveis para estatísticas de produção adequadas.
A empresa foi fundada, em 2018, por Gilberto Loureiro, António Rocha e Paulo Ribeiro, todos eles antigos estudantes da Faculdade de Ciências da U.Porto.
A ideia surgiu quando Gilberto, engenheiro físico, trabalhava, durante o verão, em fábricas de tecelagem. Nessa altura, reparou que os defeitos produzidos nos têxteis representavam um grande problema para as empresas têxteis. Mais tarde, juntou-se a António Rocha, engenheiro físico, e a Paulo Ribeiro, engenheiro de redes e sistemas Informáticos, para fundar a Smartex.
“Atualmente, e em apenas três anos, a Smartex já está a operar em várias fábricas na Europa, e a perspetiva a curto-médio prazo é expandir a solução para fora do continente nos próximos anos. Além disso, gostaríamos também de tornar o nosso sistema capaz de detetar defeitos noutras indústrias, como o caso do papel e do metal”, concluiu Gilberto Loureiro.
Autora: Jacinta Silva