Nos últimos meses, os EUA têm tido problemas relacionados com o congestionamento das cadeias de distribuição, e com a forte procura dos consumidores, que por sua vez, levou a uma diminuição de bens disponíveis, contribuindo para a existência de riscos relacionados com a inflação. De igual forma, o aumento das rendas, a diminuição do número de trabalhadores, e pressões salariais têm gerado preocupações, pois estes fatores poderão contribuir para uma inflação mais permanente do que aquilo que a Reserva Federal tinha inicialmente previsto.
Deste modo, a Reserva Federal dos Estados Unidos (FED) intervém para controlar a inflação que, ultimamente, tem atingido valores mais elevados do que o normal, através do uso de políticas monetárias, tais como o Quantitative Easing.
Um dos mecanismos utilizados para controlar a inflação tem sido a diminuição da compra de ativos. Nesta quarta-feira, a Reserva Federal anunciou que iria iniciar a redução da compra de ativos, por mês.
Desde as fases mais críticas da pandemia, o Banco Central tem efetuado compras de títulos de dívida e contratos garantidos por hipoteca, para apoiar a recuperação económica, sendo que atualmente, a Reserva Federal efetua as suas compras a um volume de 120 mil milhões de Dólares, por mês.
No entanto, na quarta-feira passada, foi anunciado que iria reduzir as suas compras em cerca 15 mil milhões de dólares, por mês, tendo como objetivo a paragem total do Quantitative Easing até metade do próximo ano.
Assim, o comité de operações de mercado aberto da Reserva Federal (FOMC), terminou a sua reunião afirmando que iria reduzir a compra de títulos de tesouro em 10 mil milhões de dólares por mês, e o Banco Central irá também diminuir as suas compras de contratos garantidos por hipoteca, em 5 mil milhões por mês.
Este processo deverá ter início a meados do mês de novembro, o que indica que este programa poderá terminar em junho de 2022. Deste modo, as compras de ativos no mês de dezembro deverão ser reduzidas no mesmo montante, sendo este o ritmo apropriado. Não obstante, o FOMC encontra-se preparado para ajustar o ritmo, caso se verifiquem alterações indesejadas na perspetiva económica.
Relativamente às taxas de juro, o FOMC decidiu manter os valores de taxas de juro, a curto prazo, perto de zero. Jerome Powell, presidente da Reserva Federal admite que a economia tem progredido em direção aos seus objetivos, no entanto, afirma que ainda não é altura para proceder com um aumento das taxas de juro, apelando à paciência, uma vez que, o desemprego ainda é elevado.
As próximas decisões tomadas pelo Banco Central deverão ser anunciadas em meados de dezembro.
Autor: Mateus Fernandes