Perspetiva para 2030: Como pode mudar o cenário económico?

O estudo “Foresight Portugal 2030” divulgado esta sexta-feira, dia 18 de fevereiro, pela Fundação Calouste Gulbenkian avança cenários alternativos de abordagem à economia portuguesa para “pensar o futuro e fugir à armadilha do curto prazo”.

O primeiro cenário defende a criação de um novo modelo de negócio para a banca e assenta na continuidade da manutenção dos serviços públicos com poucas alterações. Nos últimos anos, a banca está limitada relativamente à sua capacidade de atender à procura e depara-se com o desafio de diversificar o seu portefólio e adaptar- se ao mundo digital, apesar dos elevados custos de investimento. 

Há uma grande dependência de fundos europeus e este cenário tem como objetivo a aposta em inovação, através da criação de ferramentas que permitam o desenvolvimento de diferentes setores da economia (como, por exemplo, redes colaborativas de transferência de tecnologia).

O segundo cenário tem por base o “ajustamento” e aponta para um reforço da articulação do Serviço Nacional de Saúde e dos privados de forma a garantir a continuidade e sustentabilidade do setor da saúde em Portugal. É também defendida a criação de novas formas de apoio à população mais envelhecida e de reforço da segurança social.

O terceiro cenário é o mais reformulador, segundo o estudo, e defende a melhoria da rentabilização do património das famílias. É defendida a hipótese de um seguro universal de saúde e a orientação das escolas para o mercado de trabalho, de forma a melhor qualificar os jovens.

O país já não consegue garantir a substituição da população ativa de forma sustentável devido ao envelhecimento da sociedade e ao menor número de pessoas a entrar no mercado de trabalho do que a sair deste, afirma o estudo. Para inverter a situação, é necessário garantir uma transição sustentada e gradual dos jovens para o mercado com a criação de programas de formação e benefícios fiscais para combater a precariedade salarial e falta de proteção laboral, afirma. Com isto, defende a criação de um sistema educativo voltado para competências de valor acrescentado, como por exemplo formações em contexto de trabalho e vias profissionalizantes.

“Continuar o modelo atual leva a um cenário de grandes dificuldades para a segurança social” afirma José Félix Ribeiro, coordenador do projeto.

Para contrapor a situação é preciso ainda mais, acrescenta o estudo. É necessário garantir a permanência da população mais velha no mercado de trabalho por mais tempo. Defende a importância da criação de benefícios financeiros para trabalhadores de idades mais avançadas e também de subsídios temporários para que estes ao estarem desempregados encontrem novas posições de trabalho.

Autor: Gabriel Gomes

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