O fim de uma era: General Electric é dividida em 3 empresas

H. Lawrence Culp revelou na terça-feira, dia 9 de novembro, o seu plano para dividir a General Electric (GE) em três empresas. A GE foi fundada em 1892 por Thomas Edison e era um ícone no mundo empresarial americano, chegando a ser a empresa mais valiosa do mundo em 2000, quando estava avaliada em 601 mil milhões de dólares.

A General Eletric é conhecida por ser um dos maiores conglomerados de negócios dos Estados Unidos da América.

Mas, o seu modelo de negócio diversificado apresentava várias fragilidades com sucessivas crises financeiras. Além disso, ao longo dos anos, os representantes da GE têm sofrido cada vez mais pressões por parte dos investidores devido às más performances financeiras. Deste modo, as administrações da GE têm procurado reajustar o seu modelo de operação.

Assim, o CEO da empresa deu a conhecer o seu plano para criar três empresas, cada uma com a sua direção e na sua área de negócio. Uma destas empresas estará voltada para a área da saúde – a GE Healthcare, que será criada em 2023, sendo que a empresa mãe terá uma participação de 19.9%. A GE Renewable Energy, GE Power and GE Digital serão combinadas numa empresa com o foco no setor da energia em 2024. Assim que estas transações estiverem completas, a empresa original, GE, será exclusivamente focada na categoria de aviação. 

Esta reestruturação, apesar de surpreendente, não é infundada. As ações da GE têm ficado aquém do mercado há mais de uma década, sendo que a empresa não conseguiu recuperar depois da crise de 2008-2009 e perdeu cerca de 74% do seu valor num curto período de tempo, entre 2016 e 2018.

Apesar de parecer o fim de uma era, Culp defende que esta se trata de uma decisão estratégica. As três empresas terão um foco mais especializado e restrito o que se traduzirá numa melhor alocação do capital e maior flexibilidade na elaboração das suas estratégias, e que esta é a melhor opção para o futuro.

Assim, com esta mudança para três empresas distintas, o CEO Larry Culp, procura que a empresa seja capaz de ser mais eficaz na aplicação dos seus recursos financeiros e de satisfazer no longo prazo os seus consumidores, investidores e empregados.

No entanto, Larry Culp afirma que a missão da GE tem de continuar a ser focada na redução da dívida, na melhoria do resultado operacional e na procura de um pelo crescimento de um lucro sustentável. 

O presidente da GE comentou, ainda, com o Financial Times a necessidade de por vezes olhar para lá dos modelos e das teorias económicas e referiu como diferentes negócios têm soluções diferentes em momentos diferentes. Assim, esta é a melhor opção para o momento e cada empresa conseguirá traçar as melhores soluções nos seus futuros.

Na verdade, a GE não é o primeiro conglomerado a separar-se, a Siemens ($SIEGY) em 2020 também dividiu os seus negócios, tal como a United Technologies em 2018, e como o grupo Toshiba ($TOSBF) está a considerar fazer. Esta é uma grande mudança na estrutura empresarial. 

Os conglomerados definiam o mercado há 40 ou 50 anos atrás, contudo parece que o modelo está desatualizado do contexto atual.

Autores: Sofia Estrela Rodrigues e Manuel Silva

DEIXA UM COMENTÁRIO

Por favor, envie o comentário!
Por favor, escreva o seu nome aqui

spot_imgspot_img

Últimas notícias

Receba o ebook "Os primeiros investimentos" GRATUITAMENTE

Basta carregar no botão abaixo

Artigos Relacionados

spot_imgspot_img