A Nigéria irá construir um gasoduto com mais de 7000 quilómetros que levará gás natural a Marrocos e à Europa, passando por vários países da costa ocidental africana, como a Guiné-Bissau.
O ministro nigeriano do petróleo, Timipre Silva, afirmou que a companhia petrolífera estatal, a NNPC, irá agora concluir o acordo com a CEDEAO, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, para a construção do gasoduto, com isto deverá ser determinada a localização exata e os custos do mesmo.
O governo nigeriano contratou uma empresa australiana de engenharia, a WorleyParsons, para fazer um estudo técnico sobre o gasoduto, estimando um orçamento entre 23 e 47 mil milhões de euros.
As previsões apontam para que o gasoduto atravesse territórios da Nigéria, Benim, Togo, Gana, Costa do Marfim, Libéria, Serra Leoa, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Gâmbia, Senegal, Mauritânia, Marrocos e chegando à Europa por Espanha através do mar mediterrâneo, fornecendo assim gás natural para todos estes países.
Isto representa um passo importante na diminuição das dependências europeias de gás natural vindo da Rússia. A Nigéria é um dos países da OPEP e tem das maiores reservas de gás natural do mundo, as maiores de África. Sendo o maior produtor de gás natural do continente africano, pode assim ser fulcral para a Europa com a mitigação dos problemas que se avizinham com o fim do envio de gás natural para vários países do Leste e Centro da Europa, como a Polónia ou os Países Baixos, por parte da empresa estatal russa, a Gazprom, como retaliação pelas sanções impostas à Rússia derivado à invasão da Ucrânia. Isto colocará estes países numa grande pressão durante o próximo inverno.
A Nigéria era já um país que fornecia uma grande parte do gás consumido nos países da Península Ibérica com vários gasodutos que levam gás natural da Nigéria e da Argélia até Espanha e Portugal.
Autor: Mário Costa
