A implementação das “férias ilimitadas” é já algo comum nas tecnológicas norte-americanas, mas tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos entre as empresas europeias, sendo que também já chegou a Portugal.
Processos destes, de práticas americanas a serem implementadas na Europa são bastante frequentes, dando-se-lhe o nome de americanização, o que acaba, também, por ser efeito da globalização.
A financeira tecnológica Fidel API, confessou que já concede aos seus funcionários o benefício das férias ilimitadas e remuneradas há bastante tempo.
André Elias, cofundador da empresa, afirma que confia nas pessoas e no seu sentido de responsabilidade e que essa confiança acaba por ser uma mensagem muito importante e que é passada à equipa.
Da mesma forma que não controlam as férias dos seus funcionários, também não controlam os horários de entrada ou de saída.
O cofundador da Fidel API explicou que se se colocar um controlo excessivo sobre as horas trabalhadas não se é eficiente.
Refere que, no seu caso, a empresa tem objetivos e metas de expansão muito agressivas, pelo que se torna fundamental trabalhar para a saúde mental dos profissionais, permitindo que possam descansar quando sentirem essa necessidade.
Algo bastante questionável seria o cenário em que os colaboradores começassem a “abusar” deste seu direito.
A este propósito, André Elias confirmou que tal não se confirmou, até porque, segundo refere, a produtividade, inclusive, aumentou significativamente.
No balanço que a empresa faz no final do ano — onde analisa os dias de férias gozados versus a produtividade e o desempenho de cada colaborador — conseguiram perceber que, ao fim ao cabo, as pessoas acabam por tirar praticamente o mesmo número de dias de férias.
Carlos Vilhena, diretor de engenharia da mesma empresa, confirma que pretende expandir o negócio em Portugal e explicou que a motivação na contratação do talento nacional está relacionada com a qualidade desse mesmo talento.
A Fidel API é apenas um dos casos e acaba por ser bastante representativa, permitindo perceber este processo à americana que tem vindo a ser cada vez mais adotado.
Sérgio Garcez, 20 anos, natural de Viana do Castelo. Atualmente frequenta o 3.º ano da licenciatura em Gestão na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP). Dado o seu interesse pela área financeira e o seu gosto pela escrita, ingressou na MeuCapital em março de 2022, com o objetivo de promover a literacia financeira em Portugal.