Durante a pandemia Covid-19, a procura por relógios de luxo aumentou exponencialmente. Contudo, as quatro grandes marcas de relógios – Rolex, Patek Philippe, Audemars Piguet e Richard Mille – continuam firmes na produção limitada que torna as suas peças tão exclusivas e sinónimo de luxo.
Como resultado, como não há mais produção de novos relógios, um grande número de empresas está a competir para se tornar o eBay da relojoaria de ponta, incluindo o próprio Ebay. Consequentemente, temos um novo mercado online de venda e compra de relógios de luxo usados.
A McKinsey estima que as vendas de relógios usados atingiram os 18 mil milhões de dólares em 2019 e podem chegar aos 30 mil milhões de dólares em 2025. As vendas de relógios usados serão cerca de metade do mercado de relógios novos até 2025, de acordo com a consultora.
“O mercado de relógios usados ainda é muito parecido com o Velho Oeste”, disse Toby Bateman, CEO da Hodinkee, um website popular de colecionadores de relógios. “Existem muitas plataformas de venda de relógios. E os clientes não sabem necessariamente de quem é o relógio que estão a comprar. Eles não podem garantir que seja autêntico. Eles não podem garantir que não é um “Frankenrelógio”. E não podem garantir que o relógio está a funcionar corretamente.”
Na terça-feira, a própria Hodinkee lançou a sua loja de relógios usados, aqui ela vai comprar e vender relógios produzidos depois de 1990. A empresa, que angariou 40 milhões de dólares de nomes como o quarterback da NFL Tom Brady, o cantor John Mayer, o ex-aluna da Apple Tony Fadell e investidor Peter Chermin, pretende ser a “marca mais proeminente do mundo para tudo o que seja relacionado com relógios”.
Apesar de tudo, a grande questão é até quando irá este boom durar. As quatro grandes marcas de relógios que acionam a maioria das coleções de luxo são todas empresas que não estão cotadas em bolsa e mantiveram a baixa produção apesar da grande procura, tudo para manter a qualidade e exclusividade. De acordo com um relatório da Morgan Stanley, a Rolex vendeu 810.000 relógios no ano passado, enquanto que a Patek vendeu 53.000, a Audemars 40.000 e a Richard Mille 4.300.
Autora: Mariana Sardinha