Companhias aéreas da Rússia começaram a desmantelar os seus aviões para obterem peças que lhes permitam manter a sua atividade, num momento em que as sanções internacionais impedem que sejam adquiridas peças no estrangeiro.
As sanções decorrem da invasão das tropas russas da Ucrânia, iniciada em fevereiro deste ano.
Segundo a agência Reuters, que obteve várias informações junto de um informador confidencial, já existem aviões a serem desmontados para peças, incluindo um avião praticamente novo.
O desmantelamento dos aviões vai de encontro aos conselhos vindos de Moscovo, sendo assim possível para as companhias aéreas terem uma reserva de peças para os seus aviões, de forma temporária.
Estas indicações já haviam sido previstas pelos peritos em aeronáutica, pelo facto de grande parte da frota de aviões operacionais das transportadoras aéreas russas ser importada de países ocidentais – que aplicam as sanções.
Este desmantelamento tem sido possível, pois as companhias aéreas diminuíram as suas rotas, principalmente para países ocidentais, como consequência das sanções, tendo assim aviões disponíveis.
Mantendo-se a atual situação da invasão russa, que faz vigorar as sanções, prevê-se que seja apenas uma questão de tempo até que as companhias aéreas russas se extingam, por não ser possível manter os aviões operacionais.
O simples facto dos novos aviões conterem imensa tecnologia e estarem constantemente sujeitos a atualizações dificulta a tarefa de os manter operacionais.
Com as sanções, os mesmos não receberão os updates e será muito difícil, mesmo para os técnicos e engenheiros russos, de manter os aviões no ar.
Desta forma, o maior desafio não será a manutenção das partes estruturais dos aviões, mas sim, manter o equipamento eletrónico com elevados níveis de sofisticação a funcionar.
As sanções aplicadas à Rússia afetam mundialmente várias indústrias, deste a alimentar e energética, à anteriormente referida, indústria de transportes aeronáuticos.
Com o passar do tempo, e com o corte de relações comerciais com países ocidentais, a Rússia tem de ser capaz de, cada vez mais, se auto sustentar, para manter o país e a sua economia em funcionamento.
Miguel Gonçalves, aluno da licenciatura em Gestão na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP). Devido ao seu intresse pelo mundo económico e financeiro, é membro do departamento financeiro na StartUp BUZZ e atua como Financial Content Writer na MeuCapital.
