BCE: “Stress tests” demonstram fraqueza sobre os bancos europeus.

Os vários bancos comerciais europeus, bem como os restantes em todo o mundo, são testados todos os anos de forma a verificar a sua resistência a situações de maiores dificuldades financeiras. Os “stress tests”, primeiramente aplicados pela Reserva Federal nos Estados Unidos da América, resultam da criação de um cenário hipotética onde fatores como a inflação e outros aspetos económico-financeiros são postos em equação para perceber a competência dos bancos comerciais em termos de liquidez e capacidade financeira para resistir aos cenários existentes. 

Assim, o Banco Central Europeu (BCE) publicou os resultados de um teste de três módulos que realizou a um total de 104 bancos da zona euro, que supervisiona diretamente e verificou-se que os 41 maiores bancos da zona euro enfrentariam inicialmente perdas de crédito e de mercado de 70.000 milhões de euros na transição desordenada para uma economia mais verde. Esta situação é preocupante, uma vez que um dos principais objetivos da União Europeia, passa pela transição para uma economia verde e mais limpa.

Os bancos forneceram informações sobre a sua capacidade interna para realizar testes de ‘stress climático’, a sua dependência de setores intensivos em carbono e sobre o seu desempenho em diferentes cenários com vários horizontes temporais e apenas 41 bancos, que são diretamente supervisionados pelo BCE, participaram no teste de esforço desagregado no terceiro módulo para assegurar a proporcionalidade em relação aos bancos mais pequenos, demonstrando uma percentagem baixa em relação ao total de bancos supervisionados.

Abordando sobre os resultados concretos, a partir dos resultados do primeiro módulo, cerca de 60% dos bancos ainda não dispõem de um quadro de testes de “stress climático”, ou seja, 60% dos bancos não dispõe na sua equação financeira a transição energética e disponibilidades para a mesma.

Os resultados do segundo módulo dos testes indicam que quase dois terços das receitas dos bancos provenientes de empresas provêm de setores que emitem muitos gases com efeito de estufa.

Segundo as comunicações do Banco Central Europeu, “a maioria dos bancos não dispõe de quadros robustos de teste de risco climático ou de dados relevantes sobre o risco climático” e “há uma necessidade urgente de os bancos da zona euro intensificarem os seus esforços para medir e gerir o risco climático, colmatando as atuais lacunas de dados e adotando as boas práticas já em vigor no setor”.

Desta feita, os bancos europeus são vulneráveis a um cenário de seca e calor, dependendo das atividades das empresas às quais emprestam e da localização geográfica das suas exposições e assim continuarão, uma vez que a aposta na transição é inexistente e não consiste nos quadros da maioria das entidades. A transição energética é urgente e a aposta neste tema é fulcral para o cumprimento de um dos objetivos mais importantes da Europa.

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