De acordo com os dados publicados pela PORDATA, na sequência do estudo “perfil da mulher trabalhadora em Portugal” a presença de mulheres nos cargos de administração de empresas cotadas em bolsa perfez cerca de 1/3 (31%) em 2021, colocando assim Portugal no 11º lugar entre os 27 países da União Europeia (EU). O mesmo estudo comprova que um longo caminho já foi percorrido, pois em 2010 apenas 5,4% desses mesmos cargos eram ocupados por mulheres. Contudo, ainda se verificam elevadas discrepâncias salariais e, em Portugal, os dados indicam que, em média, as mulheres recebem menos 220 euros que os homens, estando assim mais suscetíveis à pobreza e ao desemprego.
O número de mulheres empregadoras também tem vindo a crescer, fazendo assim com que Portugal ocupe o 4º lugar, de entre os países da UE, onde o peso das mulheres empregadoras é mais elevado. Na política o número de mulheres duplicou entre 2003 e 2017, colocando Portugal em 7º lugar no ranking da UE.
Em 2021 a taxa de mulheres desempregadas foi superior à dos homens, exceto nos níveis com o ensino superior, contudo, para o mesmo cargo as mulheres tendem a receber menos. As diferenças salariais têm maior expressão em cargos de seguros, atividades financeiras, saúde e educação, onde em média, a diferença salarial é de 624€.
A presença de mulheres no mercado de trabalho também tem vindo a aumentar, colocando Portugal no 1º lugar a nível da UE, na faixa etária dos 30-34. Além disso a proporção de mulheres a trabalhar em tempo parcial tem-se revelado bastante reduzida. Porém, o número de mulheres com contratos temporários é bastante elevado (5º lugar no ranking da UE).
Em Portugal, as mulheres, pelas condições do mercado de trabalho em que estão inseridas, estão mais sujeitas à pobreza, à precariedade e à exclusão social, sendo que, de acordo com o PORDATA, uma em cada cinco mulheres é considerada pobre ou em situação de exclusão social. Assim sendo, também são as mulheres que mais beneficiam do Rendimento Social de Inserção.
Autora: Sara Santos
