Robinhood poderá ir a tribunal por causa das suas ações durante o rally das “meme stock”

A plataforma de trading de ações Robinhood ($HOOD) deve enfrentar alegações de manipulação de mercado pelas restrições que impôs aos seus utilizadores durante o rally das “meme stock” em janeiro do ano passado, nomeadamente restringindo a compra de ações das empresas GameStop ($GME) e AMC ($AMC), alegando problemas de liquidez resultante da elevada procura.

A decisão é de uma juíza norte-americana, que defende que os investidores da GameStop, AMC e de sete outras empresas podem prosseguir com uma ação coletiva contra a plataforma, alegando que as restrições impostas pela mesma, nomeadamente o cancelamento de ordens de compra, a venda das ações dos seus clientes sem o seu consentimento e o cancelamento de options, causaram uma queda no valor das ações dessas mesmas empresas.

Durante o rally de janeiro do ano passado, as ações de certas empresas registaram ganhos elevados, graças a um movimento iniciado nas redes sociais, o que eventualmente levou a Robinhood, e algumas outras plataformas, a restringirem a compra das ações dessas empresas, o que enfureceu muitos investidores de retalho que agora pretendem levar a plataforma a tribunal.

Através de um comunicado, Cheryl Crumpton, conselheiro geral associado de litígios e regulamentação da Robinhood, afirma que a empresa defende as suas ações e que acredita que as medidas tomadas foram “apropriadas e necessárias para defender os interesses dos seus clientes”.

O rally das “meme stocks” afetou alguns hedge funds que tinham apostado na queda do valor dessas ações, e que viram as suas short positions resultarem em elevados prejuízos. Foi, aliás, o facto de algumas empresas terem uma elevada percentagem das suas ações sujeitas a short positions por parte desses mesmo hedge funds, algumas com mais de 100% das suas ações nessa situação, que levaram a que um movimento fosse criado online de forma a causar um short squeeze, resultando em ganhos avultados para quem comprasse as ações, e perdas elevadas para quem apostasse na sua queda.

O hedge fund mais afetado pela situação foi o Melvin Capital Management, cujas perdas levaram o fundo a encerrar em maio deste ano. O fundo está também a ser investigado pelo regulador de valores mobiliários norte-americano, a SEC, pela sua gestão de risco e divulgação aos investidores após as perdas resultantes do rally.

O fundo, que no início de 2021 detinha 12,5 mil milhões de dólares em ativos, perdeu 6,8 mil milhões de dólares em janeiro de 2021, quando investidores a retalho se juntaram para atacar as short positions do fundo. O fundo registou ainda mais perdas no início deste ano, quando o mercado passou por um período de selloff.

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