Nesta terça-feira, a moeda chinesa Yuan, após o líder chinês Xi Jinping alcançar o terceiro mandato, atingiu o nível mais baixo relativamente ao dólar norte-americano desde 2007.
No encerramento do mercado chinês, a cotação do dólar apresentava o valor de 7,03060 yuans, sendo esta a cotação mais baixa desde o final de 2007, registrando uma queda de aproximadamente 16% desde março passado.
A debilitação do Yuan poderá ter como principal fator o crescente diferencial de juros com os Estados Unidos enquanto o Banco do Povo da China (PBoC) mantém uma política de relaxamento monetário, levando desta forma que os grandes investidores convertam o seu dinheiro em dólares, com o objetivo de obter melhores retornos.
Diariamente, o Banco Central Chinês (PBoC) indica uma taxa de paridade para o Yuan relativamente ao valor do dólar norte-americano, podendo a moeda chinesa oscilar até 2% em relação a essa taxa de referência.
Na segunda-feira, dia 24 de outubro, o Banco Popular da China estabeleceu a taxa de câmbio oficial de 7,1230 para 7,1668 na terça-feira. A depreciação da moeda chinesa sucede-se a seguir ao importante facto de a Bolsa de Valores de Hong Kong apresentar um decréscimo de 6,3%, alcançando o nível mais baixo desde 2009.
Xi Jinping asseverou um terceiro mandato como secretário-geral do Partido Comunista, dando a origem à uma nova cúpula do poder com a integração de quatro aliados seus, excluindo o primeiro-ministro Li Keqiang e o vice-primeiro-ministro Hu Chunhua. Esta nova formação do governo faz com que alguns analistas considerem que o risco para as ações das empresas chinesas tenha aumentado.
No âmbito da Campanha de Prosperidade Comum, Xi Jinping estabeleceu várias reformas económicas que reverteram décadas de liberalização económica, tendo como principal objetivo recuperar a “missão original” do Partido Comunista.
Por fim, outro possível fator para a queda da moeda chinesa foi a implementação da política “zero casos” de covid-19, criando uma crise de liquidez no setor imobiliário que por sua vez impactou negativamente a confiança na economia chinesa.
Bernardo Matos, natural de Viseu. Atualmente, frequenta o 5º ano do Mestrado Integrado Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico e desde cedo que apresenta interesse por temas relacionados com finanças, investimentos e empreendedorismo. Desta forma, em setembro de 2022, juntou-se à MeuCapital com o propósito de ajudar a alcançar o principal objetivo desta: aumentar a literacia financeira em Portugal.
