LAND: O futuro dos fundos imobiliários sustentáveis?

Há anos que a sigla inglesa ESG entrou no léxico do mundo financeiro, atraindo cada vez mais investidores que prezam por obter rendimentos, mas não a qualquer custo. No mercado dos fundos imobiliários, surgiu o LAND, uma forma de investimento pioneira em tornar estes valores o objetivo do negócio. Neste artigo, vamos abordar a estrutura deste novo tipo fundos, qual o problema que procura resolver e entender se será uma escolha rentável para o futuro.

O que é o fundo LAND

O LAND (Life and Nature Development) é o primeiro fundo imobiliário do seu tipo autorizado em Portugal pela CMVM. Segundo o regulamento SFDR, um dos elementos fundamentais do pacote legislativo da UE para as finanças sustentáveis, o fundo LAND enquadra-se no artigo 9º, o mais elevado do regulamento. Este engloba produtos com objetivos de investimento sustentável, ambientais ou não. No caso do LAND, o objetivo é ambiental e preza por comprar, reflorestar e gerir terrenos em regiões depauperadas visando impactos ambientais positivos e de coesão social.

Estrutura e funcionamento

O fundo é uma estrutura financeira e jurídica especifica criada para adquirir e gerir terrenos para regeneração de ecossistemas e reflorestamento. O objetivo é angariar 500 milhões de euros durante um período de 4 a 5 anos para investir numa área de até 200 mil hectares em zonas em risco de desertificação e terrenos afetados pelos incêndios. Adquiridos os terrenos, o fundo atua na sua gestão ativa, promovendo a reflorestação e a regeneração dos ecossistemas, contribuindo para a sua recuperação e conservação a longo prazo.

O fundo LAND opera através da emissão de unidades de participação que são oferecidas aos investidores interessados em contribuir para a preservação ambiental e regeneração dos ecossistemas. Essas unidades representam a participação do investidor no fundo e, ao adquiri-las, tornam-se coproprietários dos terrenos que o fundo adquire para reflorestamento e regeneração. Essa abordagem permite aos investidores alcançar retornos financeiros sustentáveis a longo prazo e alinhados com valores ESG.

Ativos e rendimentos

Os ativos do fundo LAND compreendem terrenos com potencial para regeneração de ecossistemas e reflorestamento. A estratégia de investimento visa a aquisição e gestão dos terrenos, promovendo a sua valorização através da restauração ecológica e uso sustentável dos recursos naturais. Por sua vez, a floresta em si gera rendimento através dos ativos biológicos e potencia ganhos através da captação de carbono.

A valorização dos terrenos adquiridos advém da reflorestação e regeneração dos ecossistemas. Este tipo de intervenções tem uma série de apoios, nomeadamente da União Europeia, que se traduzem em ganhos para os investidores. Estas benfeitorias comparticipadas aliadas à tendência de valorização dos terrenos são um dos pilares de retorno para o investidor.

Uma segunda dimensão tem a ver com a agrofloresta. Os ativos biológicos que residem nos terrenos após a sua regeneração geram rendimento. O fundo conta com um advisory técnico que atuará na gestão agrícola e aproveitamento da receita proveniente da floresta. 

Por fim, o sequestro de carbono, efetuado naturalmente pela floresta, é passível de ser comercializado. Apesar de toda a tramitação de verificação e validação, será possível certificar a quantidade de carbono captada pelo ativo.

terreno verde

Crescente procura pelo offset de carbono

Fundos de investimento semelhantes ao LAND são soluções naturais para efeitos de sequestro de carbono. As unidades de participação C do fundo destinam-se a empresas que têm uma forte pegada carbónica e que sentem cada vez mais a necessidade de neutralizar ou compensar o impacto ambiental causado pelas emissões de carbono. 

Grande parte das empresas com preocupação em caminhar para a neutralidade carbónica procuram desenvolver uma estratégia de redução das emissões, contudo não conseguem eliminar essa apegada na integra, pelo que existirá sempre uma necessidade de fazer offset de carbono para poderem proclamar o estado de neutralidade carbónica. Ao comprarem uma percentagem do fundo, nomeadamente através das unidades de participação C, terão direito à percentagem correspondente de toneladas de carbono sequestradas, compensando o remanescente das emissões que não conseguem eliminar. 

Um investimento para o futuro?

O tipo de fundos que o LAND representa apresentam-se como um investimento promissor para o futuro, ancorados em dois aspetos fundamentais: retorno financeiro sustentável e benefícios ambientais duradouros.

A procura por terrenos em zonas de risco de desertificação e afetados pelos incêndios possibilita a aquisição dos mesmos a preços mais acessíveis no mercado imobiliário, possibilitando a sua valorização mediante as intervenções e reflorestação e regeneração dos ecossistemas. Os incentivos da EU e o potencial de geração de créditos de carbono cria oportunidades adicionais de retorno para os investidores que procuram diversificar os seus portfólios com ativos sustentáveis e de longo prazo, atraídos pelo potencial de rendimento consistente e sustentável.

Por outro lado, as preocupações ambientais, adoção de práticas socialmente responsáveis e um bom governo societário estão cada vez mais presentes nas decisões de investimento. Neste novo formato de fundos imobiliários, os investidores têm a oportunidade de fazer parte de um projeto que visa proteger e melhorar o ambiente para as gerações futuras.

Conclusão 

O fundo LAND representa uma abordagem inovadora no mercado dos fundos imobiliários, com o propósito claro de influenciar positivamente os ecossistemas locais. Ao adquirir e reflorestar terrenos em regiões vulneráveis à desertificação e afetadas por incêndios, o fundo procura valorizar os ativos por meio de intervenções de restauração ecológica, contando com o apoio de incentivos da União Europeia. Além disso, a estratégia de investimento abrange a gestão dos ativos biológicos e o sequestro de carbono, o que o torna uma solução atrativa para a necessidade crescente das empresas em compensar as emissões e alcançar a neutralidade carbónica.

Os fatores ESG têm a vantagem de complementar a análise financeira tradicional, identificando outros riscos e oportunidades potenciais. Nesse contexto, o fundo LAND posiciona-se como um exemplo concreto de como é possível alcançar sucesso financeiro ao mesmo tempo em que se protege e preserva o ambiente, estabelecendo um novo paradigma para o mercado financeiro, onde a rentabilidade e a sustentabilidade caminham lado a lado.

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