Segundo todas as métricas, os mercados de títulos europeus estão em queda, sofrendo a maior venda em massa de títulos deste século. A rentabilidade agregada, nos últimos 12 meses, é de cerca de 13%, um mínimo histórico, para além da mais drástica subida do indicador de risco do século, com a rentabilidade esperada pelo mercado subindo 2,9 pontos percentuais no último ano, quase o dobro da subida de 1,62 pontos percentuais registada durante a crise financeira de 2008.
Segundo Kyle Kloc, um gestor de portfólio na Fisch Asset Management, gestora de fundos suíça especializada em títulos, esta reação do mercado é mais substancial do que a experienciada tanto durante a crise de 2008 como no decorrer da pandemia do COVID-19, atribuindo a reação dos mercados à alta inflação esperada e às expectativas das ações dos bancos centrais, nomeadamente, da Reserva Federal, do Banco Central Europeu e do Banco de Inglaterra. No entanto, mesmo com declarações proferidas por Mário Centeno, como membro do conselho governativo do BCE, de uma gradual normalização da política monetária da união face aos desafios inflacionários enfrentados, com os mercados continuando na sua trajetória descendente, podendo isso representar uma perda de credibilidade por parte dos agentes de política.
Autor: Gabriel Pereira