Estará o dólar prestes a perder o seu estatuto de moeda global?

O dólar americano tem sido desde há muito a moeda de eleição para a atividade bancária e comercial, e para a valorização de todas as outras moedas. 

Isto trouxe aos EUA enormes benefícios económicos e desvantagens estruturais significativas. No entanto, pode ter começado um afastamento do dólar, o que poderá ajudar a economia global a longo prazo.

Em anos passados, o denário, o ducado, o florim e a libra, cada um deles tomou a vez de ser a moeda de reserva mundial. Hoje em dia, é o dólar americano. Será que o euro, o renminbi ou o iene serão os próximos?

Os bancos centrais detêm menos dólares americanos do que em 2004, e menos pagamentos internacionais estão a ser liquidados em dólares.

Se o dólar acabasse por perder o seu estatuto de reserva, a sua taxa de câmbio poderia cair, as taxas de juro americanas poderiam sofrer, e as ações americanas e o rendimento fixo poderiam ter um desempenho potencialmente inferior.

Em tempos onde a Rússia se encontra a desenvolver uma nova moeda de reserva global ao lado da China e outras nações BRICS, num potencial desafio ao domínio do dólar americano, Putin sinalizou que a nova moeda de reserva seria baseada num cabaz de moedas dos membros dos BRICS, nomeadamente Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul.

O dólar é visto desde há muito como a moeda de reserva mundial, mas o seu domínio em percentagem das reservas monetárias internacionais está a diminuir. Os bancos centrais estão a procurar diversificar as suas participações em moedas como o yuan, bem como em áreas não tradicionais, como o won sul-coreano.

A medida da Rússia surge após as sanções ocidentais impostas sobre a guerra da Ucrânia, que praticamente excluíram o país do sistema financeiro global. Estas sanções têm provavelmente encorajado Moscovo e Pequim a trabalhar numa alternativa ao ativo de reserva internacional do FMI.

Entretanto, a Rússia observa a sua moeda recuperar acima do nível anterior à guerra, graças ao apoio do banco central, depois de ter mergulhado 70% em menos de duas semanas após a invasão da Ucrânia. Enquanto isso, a moeda de cesto dos BRICS poderá atrair as reservas não só dos membros do grupo, mas também de países já na sua gama de influência, tais como nações do Sul da Ásia e do Médio Oriente.

Autor: Pedro Costa

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