E se os preços continuarem a subir?

A inflação é um tema que marca a atualidade. O aumento geral dos preços é evidente para qualquer consumidor. Ainda assim já houveram casos consideravelmente mais extremos do que o atual. Apesar de ser um cenário algo distante e quase impossível de suceder (devido, essencialmente, ao controlo da taxa de juro pelos bancos centrais), a hiperinflação é um fenómeno a ter em conta.

Mas, afinal, o que é este fenómeno da hiperinflação? Definida como a subida descontrolada e contínua do preço de bens e serviços, muito acima dos níveis considerados normais, surge associada à impressão de notas por parte governos ou bancos centrais. Como forma de evitar pagar mais no futuro, os consumidores tendem a acumular bens (caso do papel higiénico na pandemia), criando escassez. Isto causa um impacto negativo na economia, uma vez que a moeda desvaloriza, levando empresas à falência.

Vejam-se dois casos históricos que marcaram a subida descontrolada de preços. 

Em primeiro lugar, considere-se a Alemanha nos anos 20. De forma a pagar as dívidas incorridas durante a primeira Guerra Mundial, o governo alemão decidiu imprimir dinheiro e obrigações. O dinheiro em circulação passou de 13 mil milhões para 60 mil milhões. Apesar do impacto positivo inicial (baixou o custo da exportação, aumentando o crescimento económico), a produção colapsou no pós-guerra devido ao largo custo das reparações dos danos causados. Seguindo a lei da oferta e da procura, escassez de oferta (principalmente de comida) e elevada procura levaram a um aumento descontrolado dos preços, a níveis próximos dos 21% de inflação diária.

Atente-se agora num caso mais atual. Após a eleição do atual presidente Nicolás Maduro, a Venezuela tem vindo a registar níveis inflacionários históricos- o FMI chegou a projetar valores na ordem dos milhões para 2019. Como chegou o país sul americano aqui? Uma das medidas implementadas por Maduro foi o controlo de preços nos setores alimentares e da saúde, impondo limites bastante baixos. Isto causou a falência de diversas empresas nacionais, obrigando ao aumento das importações. Com o aumento do preço dos combustíveis em 2014, o governo ao ficar sem dinheiro, optou por imprimir mais, fazendo os preços dispararem internamente.

Apesar de ser uma realidade que se deve encontrar distante de países cuja moeda tende a ser mais estável (euro ou ao dólar americano, por exemplo) é importante perceber o fenómeno da hiperinflação. Um aumento frequente dos preços pode ser algo estranho para os países mais desenvolvidos, mas é certo que o dia a dia de muita gente é afetado por este fenómeno.

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