Capitais próprios dos 112 maiores bancos caem no primeiro trimestre de 2022

A rendibilidade do capital próprio consiste na percentagem obtida, dividindo o lucro líquido depois de impostos pelo capital próprio, que é o capital e as reservas, e indica assim a rentabilidade de um banco e a sua capacidade de remunerar os acionistas com o capital que investiram. Assim, quanto maior for a rentabilidade do capital, maior será a rentabilidade do banco em termos de capital para captar novos acionistas e mais investidores para o seu projeto.

Os 112 maiores bancos da zona euro baixaram a rendibilidade do capital próprio (RoE) no primeiro trimestre para 5,98%, contra 7,21% no primeiro trimestre do ano anterior. Segundo o Banco Central Europeu, que supervisiona diretamente estes bancos, este informou que esta queda de rentabilidade ocorreu após o aumento das despesas administrativas e depreciações, superiores ao aumento das receitas operacionais. Assim, os bancos estão a registar despesas com o pessoal e outras despesas administrativas mais elevadas que os próprios lucros, provenientes de juros bancários através da concessão de crédito.

Por países, os bancos portugueses têm um RoE de 9,04%, os bancos espanhóis de 11,08%, os bancos franceses de 5,14%, os bancos alemães 4,13%, os bancos italianos 5,79%, os bancos holandeses 5,64%, os bancos os bancos irlandeses 2,22% e os bancos gregos 21,25%.

O total das despesas administrativas e amortizações dos 112 bancos diretamente supervisionados pelo BCE ascendeu a quase 83.295 milhões de euros no primeiro trimestre, enquanto as perdas por imparidade e provisões ascenderam a 16.561 milhões de euros. Por outro lado, estes bancos tiveram receitas líquidas de juros de 68.141,4 milhões de euros e receitas líquidas de taxas e comissões de 41.617 milhões de euros.

Globalmente, o resultado líquido dos 112 bancos supervisionados pelo BCE foi de 24.191 milhões de euros no primeiro trimestre, dos quais quase 2639 milhões de euros foram obtidos por bancos alemães, 1261 milhões de euros por bancos gregos, 6230 milhões de euros por bancos espanhóis, 6916,6 milhões de euros por bancos franceses, 2814,7 milhões de euros por bancos italianos e 1925 milhões de euros por bancos holandeses.

Em suma, é possível verificar que os 112 bancos supervisionados pelo BCE estão a registar receitas consideravelmente inferiores às suas despesas, o que dificulta a atração de investimento e a rentabilidade do seu capital.

Apesar de não ser um risco para o setor bancário, a subida das taxas de juro prejudica e provoca perdas na rentabilidade da elevada dívida pública que os bancos portugueses detêm, influenciando o resultado líquido dos 112 maiores bancos.

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