Fosun: Grupo chinês acionista do BCP e dono da Fidelidade vende ativos para reduzir dívida

O grupo chinês Fosun, que detém cerca de 30% do BCP, 5% da REN e controla a Fidelidade desde 2014, encontra-se sob pressão dos seus acionistas para reduzir a sua dívida, que supera os 40 mil milhões de dólares (mais de 38 mil milhões de euros). 

Desde o início do ano que o grupo tem vindo a vender alguns dos seus ativos, totalizando um encaixe de 2 mil milhões de dólares, em comparação com os 85 milhões de dólares em 2021 e os 420 milhões de dólares em 2020. 

Em março, o grupo vendeu a sua divisão de moda, Lanvin Group, a uma SPAC pertencente ao grupo Primavera Capital Group, e em abril vendeu a seguradora norte-americana AmeriTrust Group à Accident Fund Insurance Company of America.

A recente pressão resulta de um encarecimento da emissão de títulos, por parte de empresas chinesas, após várias empresas terem entrado em incumprimento, incluindo a segunda maior construtora do país, Evergrande.

No mês passado, a agência de rating Moody’s anunciou que iria analisar o atual rating do Fosun para uma possível descida, sendo que atualmente o grupo tem uma nota de crédito Ba3, num nível considerado especulativo e com riscos de crédito consideráveis. A verificar-se a descida do atual rating, a emissão de novos títulos de dívida iria ficar mais cara para a empresa, complicando a sua situação atual.

A Moody’s justifica a sua decisão pela sua preocupação relativamente à crescente aversão ao risco por parte de investidores no mercado de dívida, que poderá pressionar a já escassa liquidez da Fosun. Para além disso, refere também o perigo de contágio e a pressão sobre a liquidez das empresas e subsidiárias do grupo, adicionando que a receita recorrente do grupo, os dividendos de investimentos subjacentes, é inadequada para suportar os juros e as despesas operacionais do grupo, principalmente quando estes poderão diminuir devido à venda desses mesmos investimentos.

Por ser uma empresa cotada em Bolsa, a Fosun não pode comentar quais serão os próximos investimentos que poderão ser vendidos, pelo que não é possível saber se os seus investimentos em Portugal serão afetados por esta onda de “desinvestimento”. 

No entanto, a empresa garante que se encontra numa posição saudável, apresentando uma relação Dívida/Capital de 54%, e detento quase 14 mil milhões de euros em caixa, entre saldos bancários e depósitos a prazo.

Em 2021, segundo a empresa, a receita total do grupo totalizou 23 mil milhões de euros e os seus ativos estavam avaliados, no conjunto, em 115 mil milhões de euros.

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