Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq: quais as diferenças?

Uma das melhores formas de representar a evolução geral de um mercado são os índices de mercado. No entanto, quando olhamos para o mercado norte-americano, o principal mercado de ações mundial, verificamos que existem diversos índices largamente reconhecidos para o representar, nomeadamente o Dow Jones Industrial Average ($DJIA), o Standard & Poor’s 500 ($GSPC) e o Nasdaq 100 ($IXIC). Qualquer leitor que detenha um contacto regular com mercados financeiros provavelmente já se deve ter deparado com estes diferentes índices. Se verificar as cotações e performances destes índices, verá que estas diferem, o que levanta a questão: como é que índices que pretendem representar o mesmo mercado originam diferentes avaliações do mesmo? 

É precisamente isso que pretendemos explicar nesta publicação, aprofundando o que são índices de mercado e quais são as principais diferenças na mensuração, composição e volatilidade dos principais índices bolsistas norte-americanos. 

Índices de mercado: o que são?

Sucintamente, um índice de mercado consiste numa forma de mensurar a performance de um determinado grupo de ações, de uma forma estandardizada, isto é, pretende replicar a evolução geral de certo mercado através da extração de uma amostra significativa das suas  ações mais representativas. É um dos principais instrumentos usados na análise de investimentos, uma vez que permite analisar a evolução e o estado atual de determinado mercado, sendo muitas vezes utilizados com o intuito de benchmarking. 

Descrição e métodos de cálculo

Criado em 1896, o Dow Jones Industrial Average, ou simplesmente Dow, é o mais antigo destes índices. Aquando da sua criação, era composto por 12 empresas, sendo que, atualmente, é constituído pelas 30 empresas norte-americanas com maior capitalização de mercado listadas no Nasdaq e no New York Stock Exchange, representando cerca de 25% do total. Apesar da reduzida percentagem, é reconhecido como um índice fiável para descrever a economia norte-americana. Muitas das empresas constituintes são consideradas blue-chip, ou seja, detêm um reconhecimento considerável e são financeiramente estáveis. A determinação da cotação do índice consiste no somatório do preço por ação de todos os componentes a dividir por um divisor pré-definido, que pode ser encontrado no The Wall Street Journal, sendo atualmente, aproximadamente 0,147481.

O Standard & Poor’s 500, ou S&P 500, foi criado em 1962 e é composto por 500 empresas de capital aberto, representando o índice mais abrangente dos EUA, cobrindo cerca de 75% do total. O cálculo da sua cotação consiste na soma da capitalização de mercado de todas as empresas a dividir por um divisor pré-definido, que não é oficialmente divulgado. 

Cotação GSPC = Somatório Capitalização de mercado / divisor

A maior diferença em relação ao Dow consiste na consideração da capitalização de mercado, isto é, o S&P 500 considera apenas as ações que a empresa tem em circulação. Assim, enquanto que no Dow utiliza-se o preço por ação para calcular o peso de cada empresa, no S&P 500 utiliza-se a capitalização de mercado individual em relação à total. 

O Nasdaq 100, criado em 1985, consiste no índice representativo das 100 empresas com maior capitalização de mercado cotadas no Nasdaq Exchange. Este índice não inclui empresas financeiras e é comumente reconhecido como um technology index, devido à grande representação das empresas no setor da tecnologia. A sua cotação corresponde simplesmente à soma da capitalização de mercado de todas as empresas que o compõem, sofrendo reajustamentos regulares, de modo a tentar evitar a influência excessiva das maiores empresas. 

Composição dos índices

A composição dos índices encontra-se resumida nos seguintes gráficos: 

É possível concluir que os índices da Dow e da Nasdaq têm a sua cotação altamente dependente de um pequeno número de empresas, com as 10 maiores empresas de cada um destes índices a representar mais de 50% do valor total. Tal significa que a sua cotação está mais suscetível a variações individuais nos preços. 

Quanto ao S&P 500, este apresenta-se mais distribuído entre setores, estando menos exposto a variações individuais nos preços. Efetuando uma análise cronológica da sua composição, é possível verificar que os setores no topo foram sofrendo alterações consoante os períodos económicos vividos. Em 1970, o setor mais representativo era o do petróleo, no início dos anos 2000 o da tecnologia, até à crise de 2008 foi o financeiro e, atualmente, é o de tecnologias de informação, com 26% do total. 

Volatilidade

Realizando uma comparação entre os três índices, é possível afirmar que, devido à natureza estável das suas ações, o Dow é o menos volátil. Já o Nasdaq, por deter bastantes empresas de high grow, apresenta-se como sendo o mais volátil. O S&P 500, detendo uma composição de natureza mais abrangente, apresenta um nível de volatilidade entre os dois.

Autor: João Rodrigues

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