Líderes do G20 oferecem poucas novidades sobre o clima

Líderes do Grupo das 20 (G20), que incluem o Brasil, China, Índia, Alemanha e Estados Unidos, responsáveis por cerca de 80% das emissões globais de gases com efeito de estufa, reuniram-se este fim de semana, dias 30 e 31 em Itália, com a promessa de combater o aquecimento global de uma forma “significativa e eficaz”, contudo mostram-se incapazes de oferecer qualquer tipo de soluções práticas e concretas o que desapontou os manifestantes ativistas. 

Milhares de pessoas marcharam em Roma, no sábado, durante a cimeira dos líderes do G20, convidando-os a agir contra as alterações climáticas e a assegurar um acesso justo às vacinas da COVID-19.

Depois de dias de duras negociações entre os diplomatas, existe ainda um enorme trabalho para ser feito na cimeira climática da COP26 das Nações Unidas na Escócia. A cimeira começa já esta semana e a maioria dos líderes do G20 voarão diretamente de Roma para lá. O Secretário-Geral António Guterres que avisou na sexta-feira que o mundo estava a precipitar-se para uma catástrofe climática, disse que a Cimeira de Roma não era aquilo que esperava.

“Embora reconheça o novo compromisso do #G20 para com as soluções globais, deixo Roma com as minhas esperanças por satisfazer – mas pelo menos não estão enterradas”, disse Guterres num tweet. António Guterres relembra também que é importante manter vivo o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5ºC, o trabalho feito na COP26 será vital para alcançar soluções concretas e capazes de proteger o planeta e as pessoas. 

Para que seja possível atingir o valor de 1,5ºC, vários cientistas recomendam que as grandes economias cheguem à neutralidade carbónica até 2050. Contudo, no relatório da reunião, a data foi substituída por expressões como “a meio do século” ou “até metade do século”, reduzindo assim a assertividade na linguagem e a confiança do público de que a data seja de facto cumprida. 

A China, o maior emissor mundial de CO2, estabeleceu uma data-limite de 2060, outros grandes poluidores como a Índia e a Rússia também não se comprometeram com a data limite de 2050.

Foi também referido que houve duras negociações em relação ao chamado “financiamento climático”. Este financiamento refere-se a um compromisso assumido em 2009 pelas nações ricas de fornecer 100 mil milhões de dólares por ano até 2020 para ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar as alterações climáticas.

Ao não conseguir cumprir esta promessa, gerou-se desconfiança e relutância entre algumas nações em desenvolvimento em acelerar as suas reduções de emissões.

A Itália promete triplicar a sua contribuição financeira climática para $1,4 mil milhões por ano durante os próximos cinco anos, disse Draghi. Mas o montante continua a ser consideravelmente inferior ao que se julga ser uma contribuição justa por parte dos italianos.

As Nações Unidas afirmaram na semana passada que as emissões de gases com efeito de estufa atingiram um recorde em 2020 e que o mundo está “muito fora do caminho” no que diz respeito à limitação do aumento das temperaturas. Esta segunda-feira a COP26 inicia com a esperança de ser uma plataforma para a criação de novas e melhores medidas capazes de solidificar um plano capaz de salvar o planeta. 

Autor: Francisco Sá

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