Situação fiscal em Portugal. Qual o rendimento após impostos do trabalhador português?

A política fiscal, seja em Portugal ou no resto do Mundo, consiste num “jogo de equilíbrios” visto que os impostos diretos e indiretos são a principal fonte de receitas do Estado mas também retira, em certa parte, poder de investimento e poder de compra às empresas e aos contribuintes, respetivamente. 

Dessa forma, o trabalhador médio português “leva para casa”, todos os meses, 72% do seu salário bruto, o que significa que o Estado fica com 28% em impostos e contribuições para a Segurança Social. Estas estatísticas constam do relatório “Taxing Wages 2022”, que foi divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), onde é percetível que o trabalhador português recebem 78,4% do salário bruto estabelecido, o que significa que o Estado ficou, regra geral, com uma fatia de 24,6%.

Segundo o relatório e tendo em conta de que a referência é o trabalhador solteiro português, o salário médio anual em 2021, foi de 20 602€ após contribuições sociais.

Dos 28% que o Estado retém em forma de impostos, o Estado dirige 11% para a Segurança Social (sendo esta uma percentagem que é igual para todos os trabalhadores) e 17% para o IRS (sendo esta uma percentagem que varia em função da remuneração, mas também da situação familiar do trabalhador).

Por outro lado, se considerarmos um trabalhador casado com dois filhos, o Estado ficou com 13,1% do salário bruto, no conjunto dos países da OCDE. Em Portugal, essa fatia foi maior: 14,5%, ou seja,  significa que esse trabalhador médio português levou para casa 85,5% do seu salário bruto, mais do que os solteiros, mas menos do que a média registada entre os demais casados e com dois filhos da OCDE.

Assim, e através destes dados, para o trabalhador solteiro que ganha o salário médio, a média de impostos da OCDE foi de 34,6% em 2021, uma diminuição de 0,06 pontos percentuais em relação a 2020.

A carga fiscal aumentou em 24 dos 38 países da OCDE, diminuiu em 12 e permaneceu inalterada em dois. Em relação ao impacto da COVID-19, na maioria dos países, as medidas foram retiradas ou reduzidas e os salários médios aumentaram, enquanto vários países também promulgaram mudanças significativas na tributação do trabalho embora Portugal, se mantenha nas posições mais elevadas em relação à carga de impostos aplicável aos portugueses.

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