Competitividade na Economia Portuguesa: Estado vs Patrões

Portugal, tal como todos os países a nível mundial, atravessa um período de recuperação da economia devido à crise pandémica, e as opiniões dividem-se em relação à forma como se deve fomentar o crescimento económico.

Por um lado, o estado, pela voz do secretário de estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, assumiu, em Paris, perante empresários do setor têxtil na feira Première Vision, que o caminho deveria passar pelo aumento dos salários dos trabalhadores de forma a atrair e fixar capital humano de qualidade diferenciada para a indústria.

O membro do governo afirmou que “Indústria não tem futuro se não pagar melhor”. Por outras palavras, a ideia do governo passaria pelo aumento do rendimento das famílias e aumentar a procura agregada na economia portuguesa por bens e serviços. Deste modo, o Produto Interno Português (PIB) seria estimulado através do aumento do consumo privado.

Por outro lado, as empresas portuguesas, representadas pela Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), exigem uma redução dos impostos de forma a melhorar a competitividade das mesmas no mercado internacional.  A ATP recordou que as empresas, em Portugal, têm uma das maiores cargas fiscais da Europa e pedem uma redução das taxas, tanto no IRS como no IRC. 

Além disso, esta associação também defende o alívio dos impostos sobre a eletricidade, “de forma a atenuar o efeito da subida vertiginosa do custo deste serviço”, e, também, um regime fiscal mais flexível sobre o financiamento das empresas. 

Desta forma, uma melhoria neste sentido poderia impulsionar o investimento e criar melhores condições para a criação de postos de emprego em Portugal. A economia poderia tornar-se mais dinâmica tanto para as firmas como para os consumidores.

Em suma, estamos perante duas versões distintas da promoção do crescimento económico e que têm sido bastante discutidas por diversos economistas ao longo dos anos, sem gerar consensos sobre quais as medidas mais eficazes. No caso português, esta é uma questão que promete aquecer o debate para o Orçamento do Estado de 2022.

Autor: Manuel Silva

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