Em 2018 foi abolida a lei que limitava o número de dois mandatos de cinco anos que um líder chinês poderia executar. A semana passada foi marcada pelo vigésimo congresso nacional do Partido Comunista Chinês (PCC) em que Xi Jinping assegurou o seu terceiro mandato como secretário-geral do partido.
Neste congresso foram também eleitos cerca de 370 membros (205 fixos e 171 alternados) do novo comité central do partido, 24 membros para novo comité executivo do Politburo e 7 para o comité permanente (incluindo Xi).
Durante a semana, foi discutido o futuro da China. Neste tópico Xi Jinping reiterou que o principal objetivo do partido reside na modernização do socialismo e combate à corrupção.
No tópico de Taiwan, o líder insistiu que pretende uma reunificação pacífica, contudo não descartou a possibilidade do uso da força. Taiwan não demorou a responder a estas afirmações, garantindo que a ilha não iria abrir mão da sua democracia e soberania.
Relativamente às políticas de Covid, será de esperar que as mesmas não sejam revertidas tão cedo, pois estas continuam a ser vistas como essenciais no combate à pandemia e recuperação económica.
No entanto Xi, também deixou claro que “tempestades perigosas” poderão estar no caminho dos objetivos do partido. Este comentário ambíguo poderá representar as atuais dificuldades económicas presenciadas no país e as crescentes tensões mundiais.
Contudo existem críticas relativamente à misoginia presenciada nos mais altos cargos políticos na China. Dos 205 lugares do comité central fixo, apenas 11 são preenchidos por mulheres, não havendo presença de mulheres em cargos mais elevados.
A semana também foi marcada pela possível purga política de eventuais opositores de Xi, esta especulação vem depois do seu antecessor Hu Jintao ter sido retirado da cerimónia de encerramento do congresso.
Reação dos mercados à reeleição
Esta segunda-feira o Nasdaq Golden Dragon China Index ($HXC) caiu 20% relativamente ao fecho de sexta-feira. Já a sua moeda, Renminbi, caiu cerca de 0,3% relativamente ao dólar ($CNY USD), dando continuidade à sua depreciação de cerca de 13% desde Março.
Autor: Nuno Silva
