A Volkswagen ($VOW.DE) divulgou, na passada sexta-feira, uma previsão do resultado operacional, que irá atingir os 11 mil milhões de euros. Além disso, referiu ainda que as entregas aos consumidores continuam a recuperar, contribuindo fortemente para a subida das receitas.
Apesar disto, a marca automóvel alemã receia que os problemas no abastecimento de semicondutores se estendam e criem mais dificuldades no segundo semestre do ano.
Estes resultados ultrapassam o período pré-pandémico, devido à forte procura na Europa e nos Estados Unidos, sendo o inverso do mercado chinês, que registou uma atividade mais baixa. O balanço do segundo trimestre, porém, só vai ser apresentado no final do mês, dia 29.
De acordo com a fabricante alemã, além da crescente procura, principalmente das marcas Porsche ($PAH3.DE) e Audi, também houve uma notável contribuição dos serviços financeiros do grupo.
É importante salientar que no período homólogo de 2020, com o impacto da pandemia, a Volkswagen informou que teve um prejuízo operacional de 1,49 mil milhões de euros. Este valor nada tem a ver com os 9 mil milhões de euros de 2019.
Quanto às exportações de componentes automóveis, no mês de maio, registaram uma queda de 21%, para os 708 milhões de euros, relativamente ao mesmo período de 2019, informou a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA).
Segundo os dados apresentados pela AFIA, com base nas estatísticas do INE, só no mês de março é que o setor obteve valores mais elevados face a 2019.
Porém não deixa de referir que a pandemia, a falta de matérias-primas ou atrasos no seu fornecimento e o aumento de preços das mesmas, afeta a atividade dos fabricantes, levando mesmo a ser necessário interromper temporariamente a produção em algumas fábricas.
Esta divulgação sucede ao anúncio da Comissão Europeia de que o grupo Volkswagen e a BMW ($BMW.DE) foram multados em 875 milhões de euros, por cartel no domínio da redução de emissões.
Esta investigação concluiu que ambos os fabricantes alemães e a Daimler ($DAI.DE) infringiram as regras da União Europeia sobre as práticas de anti-concorrência, entre junho de 2009 e outubro de 2014, sendo que a Daimler não foi multada por ter revelado este esquema a Bruxelas.
A Comissão Europeia revelou que todas as partes chegaram a acordo, tendo existido uma redução de 10% sobre os valores das sanções. O grupo Volkswagen foi condenado a pagar 502 milhões de euros, enquanto que a BMW necessita de pagar 372 milhões de euros.
Autor: Pedro Vicente