Vale a pena investir em IPO’s?

Uma IPO (Initial Public Offering) ou OPI (Oferta Pública Inicial) é a oferta apresentada por empresas não cotadas, para começarem a ter as suas ações a transacionar em bolsa. 

Esta oferta inclui o número de ações a disponibilizar ao mercado, o seu preço, entre outras condições. Esta é uma forma de recorrer a financiamento, já que a venda das ações gera dinheiro que a empresa pode utilizar para pagar dívidas ou investir em equipamento, infra-estruturas, investigação e desenvolvimento, etc.

O conceito tornou-se popular nos últimos anos, especialmente nos Estados Unidos, onde existe maior propensão para as empresas se tornarem cotadas. O ano de 2021, foi o expoente máximo com 1.035, enquanto que 2020 apenas teve 480 e 2022 teve 167, até à data.

O tipo de empresas associado a este fenómeno é normalmente o das growth stocks. No entanto, todas as empresas têm de passar por este processo para estarem listadas em bolsa. Isto significa que ações de empresas multinacionais com vários anos ou décadas de existência, também passaram por este procedimento.

Em termos de retorno, o primeiro tipo de ações referido, tem tido resultados bastante negativos. A Uber ($UBER) tem um retorno de -31,78%, a Coinbase ($COIN) de -78,06% e a Virgin Galactic ($SPCE) de -54,26%, por exemplo. Já o segundo tipo de ações, como as da Amazon ($AMZN;133.900%), Microsoft ($MSFT;250.560%) ou EBay ($EBAY;11.709,09%), têm retornos invejáveis (retornos consoante o preço de fecho a 25/10/2022). No entanto, estas ações ultimamente referidas, tiveram períodos bastante atribulados, nomeadamente entre 1995 e 2000. 

Nessa altura, ocorreu a “Dotcom crash”, uma desvalorização muito acentuada de muitas ações de empresas tecnológicas com websites acabados em “.com”, (entre elas Amazon, Microsoft, entre outras) tão bem consideradas que tinham valorizações irrisórias. As perdas foram de tal magnitude que se estimam ter chegado aos 5 biliões de dólares, em 2002. As valorizações só se vieram a justificar apenas alguns anos mais tarde, e para uma percentagem muito pequena dessas ações. Este evento demonstrou mais uma vez, que investir é algo para o longo prazo, e que para ser bem sucedido por muito tempo, deve ser feito em ações de empresas de extrema qualidade.

As ações referidas e outras que já tiveram a sua IPO, podem ser transacionadas na DEGIRO e na XTB. Para além das ações destas empresas, já é possível transacionar ETFs compostos por ações de empresas que, recentemente, começaram a ser cotadas em bolsa. Um exemplo disso, é o First Trust US Equity Opportunities ETF ($FPX) que é constituído por títulos das 100 maiores empresas, em termos de capitalização de mercado, que tiveram o seu IPO nos últimos 1.000 dias de negociação. O retorno deste ETF, comparando com um que replica o S&P500 ($VOO), é de 334,22% contra 247,56% (retornos de 09/2010 até 25/10/2022). Esta diferença é explicada pelo maior crescimento das empresas que integram o primeiro ETF, enquanto que no segundo, estão presentes empresas mais estabelecidas com menor crescimento mas com retornos de capital, como recompra de ações e distribuição de dividendos.

Pelos retornos apresentados, e sabendo que a Amazon, Microsoft e EBay, já foram empresas que tinham uma cobertura mediática e valorização desmedida, investir em IPOs torna-se atrativo. No entanto, deve-se ter em conta, a qualidade da empresa e o preço a pagar por ela, para além do perfil de investidor de cada um. Neste caso, o perfil teria de ser agressivo, pois estes são instrumentos que podem mais facilmente que uma blue chip, perder valor ou até a empresa falir, sendo que o sucesso (dados financeiros da empresa e retorno da compra das ações) demorará alguns anos a ser atingido.

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